É inaugurada este sábado, pelas 10h30, a segunda fase do Núcleo Museológico de São Martinho de Dume, um projecto promovido pela União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe e pelo município.
A intervenção realizada visou a musealização das ruínas da antiga catedral, que se localizam sob a actual igreja paroquial de Dume e seus espaços circundantes – um espólio muito significativo e exemplar da antiga arquitectura cristã da Europa Ocidental.
“No plano nacional, a salvaguarda e valorização deste monumento nacional assume uma importância ímpar pela sua singularidade e valia patrimonial, constituindo-se como exemplar único. A sua valorização permitirá projectar as Ruínas Arqueológicas de São Martinho de Dume para o mesmo patamar dos grandes conjuntos europeus similares, integrando-o nos circuitos internacionais de arquitectura cristã antiga”, informa a autarquia em nota às redacções.
Pelo valor patrimonial que se encontra enraizado nestes chãos, pretende-se com o projecto apresentado proporcionar uma melhor interpretação e estudo do passado.
“Com a concretização deste projecto estarão criadas as condições para que o Núcleo Museológico de Dume, enquanto centro de interpretação do monumento, funcione como polo cultural e lúdico, podendo albergar exposições, recepcionar visitas organizadas de público escolar e público indiferenciado mas também de especialistas em arqueologia e história”, acrescenta a mesma nota.
Mandada construir pelo Rei Suevo Charrarico no ano 550, a antiga catedral foi consagrada a S. Martinho de Tours, como voto de agradecimento pela cura do filho. Ao longo dos tempos até ao presente, todo o espaço em causa e envolvente, foi vivido e marcado pelas várias épocas sendo os períodos mais significativos, os vividos pelos romanos, suevos e visigodos, época medieval e o passado mais próximo com a construção de uma igreja e capela.
O papel de Braga na afirmação do cristianismo é internacionalmente reconhecido e encontra as suas raízes precisamente no contexto histórico dos séculos V-VII, pois o estatuto de capital religiosa cristã do Noroeste Peninsular, que desde o final do século III acumulou com a capitalidade provincial de Bracara Augusta, beneficiou da afirmação da cidade como capital do reino suevo e da notável acção organizadora de São Martinho Dumiense, bispo de Dume e Arcebispo de Braga.
As ‘Ruínas Arqueológicas de São Martinho de Dume’ estão classificadas como Monumento Nacional (Decreto n.º 45/93, de 30-11-1993. DR 280 – I Série-B, p. 6699), com Zona Especial de Protecção (Portaria nº 227/97 (2.ª série), de 13-5-1997. DR 110 – II Série, p. 5522-5523).