O espólio do escritor Manuel de Boaventura passou a integrar o acervo da Biblioteca Municipal de Esposende, depois da assinatura um contrato de doação, com representantes da família do escritor e da Câmara Municipal.
O espólio fica na Biblioteca Municipal (que tem o nome do escritor), mas o município tem a intenção de adquirir a casa onde Manuel Boaventura residiu, em Palmeira de Faro, para conferir ao imóvel a função de Casa Museu.
Da herança que compõe a biblioteca particular e arquivo pessoal de Manuel Boaventura fazem parte manuscritos e correspondência, desenhos, fotografias e outros documentos avulsos.
Após ter atribuído o nome de Manuel de Boaventura à Biblioteca Municipal e de ter instituído o Prémio Literário com o seu nome, a autarquia prepara-se para alargar a sua acção, em torno de um dos mais representativos escritores regionalistas do Minho.
“Temos consciência do legado que foi agora depositado nas nossas mãos. Manuel de Boaventura continuará na nossa memória e garanto que dignificaremos essa figura maior da nossa cultura”, destacou o presidente da Câmara de Esposende.
Benjamim Pereira assume o forte incremento na cultura, traduzido na reedição do livro ‘O Solar dos Vermelhos’ – apresentado sábado passado – mas também em projectos profundamente enraizados na vivência local, como o Crescimento Arte Teatral em Esposende (Crearte) que dinamizou os grupos teatrais ou o sucesso alcançado pelos coros (Sénior e de Pequenos Cantores).
“A cultura é e continuará a ser uma prioridade do município, porque é importante na consolidação da identidade do povo de Esposende. No futuro investiremos, com muito trabalho e investigação, no tratamento de todo o material que a família de Manuel de Boaventura doou ao município”, garantiu Benjamim Pereira.
Em representação da família do escritor, Maria Helena de Boaventura e Silva vincou que “a reedição da obra e a atribuição do nome de Manuel de Boaventura ao prémio literário instituído pela Câmara Municipal são, para a família, um grato reconhecimento”.
Já Sérgio Guimarães de Sousa, professor da Universidade do Minho e editor de ‘O Solar dos Vermelhos’ garante a reedição das restantes obras de Manuel de Boaventura permitirão “restituir o lugar canónico que o autor merece”, sublinhando a forte componente historiográfica da obra do escritor, pelo que sublinhou a importância do papel assumido pela autarquia esposendense, ao garantir a edição de toda a obra de Manuel de Boaventura.