O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse esta terça-feira que vão ser reavaliados os projetos de uma loja de desporto e de um posto de combustíveis para ir ao encontro das “inquietações” dos moradores do lugar da Cova.
Em causa está o licenciamento de construção naquele lugar, na freguesia da Meadela ocupado sobretudo por moradias unifamiliares e bi-familiares, de uma loja de material desportivo, com obra já iniciada, e de um posto de abastecimento de combustíveis, contestadas pelos moradores.
Os munícipes lançaram um abaixo-assinado contra as duas superfícies comerciais loja, por considerarem que o licenciamento “padece de várias incongruências e lacunas”.
O assunto voltou esta terça-feira a ser levantado, no período antes da ordem do dia da reunião camarária, pelos vereadores do PSD e da CDU.
O autarca socialista Luís Nobre explicou que se deslocou ao local e reuniu-se com os dois promotores da loja de material desportivo e do posto de combustíveis e adiantou que as duas operações urbanísticas aconteceram em momentos diferentes, mas que após uma análise conjunta “há a possibilidade de melhorar as acessibilidades aos dois investimentos, antes de chegar à zona de influência do aglomerado habitacional”.
INDEMNIZAÇÕES INCOMPORTÁVEIS
Sobre o posto de abastecimento de combustível, Luís Nobre, que anteriormente havia afirmado que iria reavaliar o projeto, disse esta terça-feira que o promotor já foi notificado para levantar o contrato de construção.
“As implicações de indemnização são incomportáveis”, adiantou ao executivo municipal.
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião camarária, após a intervenção de um grupo de moradores da Cova no período aberto ao público, Luís Nobre disse que o contrato para a construção do posto de combustível já apresenta “um défice temporal entre a entidade que o vai explorar e a entidade que promoveu a sua construção”.
“Há uma cadeia de indemnizações que não temos como controlar neste momento”, disse.
Luís Nobre admitiu que “a inquietação e dúvidas dos moradores motivou a reinterpretação das duas operações urbanísticas”.
“Há melhorias, no meu entendimento [que podem ser feitas]. Foi esse o desafio que lancei aos serviços [camarários] para perceberem o desenho urbano para que resulte numa solução otimizada das duas áreas económicas, que vá ao encontro da insegurança ou as dúvidas que, neste momento, os moradores. Naturalmente, que haverá uma alteração cénica, mas não tem de ser negativa”, acrescentou.
IMPACTOS NEGATIVOS
Para o autarca socialista “não há, efetivamente, impactos negativos” nos dois empreendimentos.
“Se houvesse impactos absolutamente negativos, seria uma irresponsabilidade não interromper. Agora podemos ter entendimentos diferentes. Eu respeito isso”, afirmou, adiantando que “com um bom desenho urbano, com um bom enquadramento paisagístico e arbóreo” o local “vai ficar muito melhor que a imagem atual. Sei do que estou a falar porque também estive lá”.
As construções da superfície comercial e de um posto de abastecimento de combustíveis estão a ser contestadas por moradores daquela freguesia, que entendem que a zona, de acordo com Plano Diretor Municipal (PDM), está destinada a residências.
Na quarta-feira, os moradores da Cova vão reunir-se com a vereadora do urbanismo.