“Acção de resistência política”. Foi assim que Xoan Mao definiu, esta segunda-feira, em Braga, a Capital da Cultura do Eixo Atlântico, título pela primeira vez atribuído a duas cidades: Matosinhos e Vila Real.
Enquanto Ricardo Rio, presidente da instituição transfronteiriça, dizia que as capitais culturais do Eixo têm como “ambição estreitar os laços entre as populações dos dois lados da fronteira, reforçando a identidade e as tradições comuns”, Xoan Mao, o secretário-geral – assertivo com é seu timbre-, afirmava que estas [Capitais] “são uma mostra, não só de riqueza cultural, mas também de resistência política aos que com a crise [económica e financeira] querem tirar a nossa identidade”.
“As Capitais, que muitos consideram simplesmente despesa, são um investimento, uma aposta no crescimento económico, no desenvolvimento, na cultura e educação, nas políticas sociais e no emprego, frisou Xoan Mao.
“A capital da cultura do Eixo Atlântico não é só um agenda cultural mas também análise critica e política “, acrescentou.
Já para Ricardo Rio, as capitais culturais são “uma forma uma forma extraordinária de unir o território e as populações, motivo pelo qual o Eixo Atlântico tem feito uma aposta consistente nesta área ao longo dos anos”.
“O duplo polo de acolhimento da Capital -Matosinhos e Vila Real- potencia os recursos existentes e avança com projectos de novas valências culturais, corporizando a riqueza que toda a euro-região tem e que queremos que continue a servir como forma de dinamização económica, atractividade turística e reforço da identidade”, referiu o também presidente da Câmara de Braga.
Esta é a primeira vez que duas cidades partilham o título. Vila Nova de Gaia foi Capital da Cultura em 2009, Viana do Castelo em 2011 e Ourense em 2014.
Recorde-se que Capital da Cultura do Eixo Atlântico decorre a cada dois anos, tendo sido criada em 2007 com o objectivo de potenciar as expressões culturais das cidades do Norte de Portugal e da Galiza, consolidar os valores comuns e promover os artistas portugueses e galegos das mais diversas áreas do Eixo Atlântico
As inaugurações estão marcadas para 5 de Maio, em Vila Real, e dia 6 de Maio, em Matosinhos.
Fernando Gualtieri (CP 1200)