O Tribunal de Braga procede, esta sexta-feira, à segunda sessão do julgamento de 46 arguidos acusados de burla na venda de 70 carros na internet.
Os arguidos, dez dos quais faltaram à sessão anterior, abordavam telefonicamente as vítimas, depois de terem visto a foto da viatura nos sites OLX, Stand Virtual e Custo Justo. A rede recorria a um casal com aparência normal, que contactava o vendedor e aparecia, depois, para comprar. A burla era consumada, de preferência, a uma sexta-feira já que os bancos fecham ao fim de semana.
E a operação era feita ou com depósito de um cheque ou com transferência bancária. Em ambos os casos sem que houvesse dinheiro. Os compradores marcavam encontro e ora aparecia o suposto comprador, ora alguém da família, que se dizia filho, cunhada ou pai do interessado. Pediam-lhe o NIB (Número Interbancário) ou o da conta bancária e faziam-lhe um depósito no valor que o vendedor pretendia. Este, incauto, verificava o depósito no multibanco e – sublinha a acusação – acreditava nos compradores, dada a urbanidade com que se apresentavam.
Pagavam, também, com cheques furtados e assinaturas falsas, levando os carros sem os pagar. A burla atingiu dois milhões de euros. Estão acusados de associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos, recetação, posse de arma proibida e condução sem carta. A investigação foi da PSP de Braga.
O núcleo duro do ‘gangue’, cinco arguidos todos familiares entre si, vai continuar em prisão preventiva. Foi deles que partiu o esquema, mais tarde alargado a outros familiares e amigos, de Gaia, Porto, Guimarães, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Santarém, Abrantes e Rio Maior.
Luís Moreira (CP 2015)