O antigo presidente da Câmara de Guimarães António Magalhães elogiou esta segunda-feira, em tribunal, o ex- autarca de Braga Mesquita Machado, considerando-o “um autarca-modelo” reconhecido, em toda a região do Minho, no norte e mesmo em todo o pais.
O ex-edil socialista disse que o seu camarada de partido foi, durante muito tempo, “uma cruz que teve de carregar” no seu dia-a-dia autárquico, já que muitos vimaranenses lhe apontavam o exemplo do corregiolinário do concelho vizinho, lembrando-lhe o grande desenvolvimento da chamada «cidade dos arcebispos», o qual deveria ser seguido pela autarquia da ‘cidade-berço’.
O político, hoje reformado das lides municipais falava no Tribunal de Braga, no julgamento do chamado ‘caso das Convertidas’, caso que envolve ainda cinco ex-vereadores socialistas. Os seis estão acusados de participação económica em negócio e abuso de poder.
A audiência serviu para ouvir as chamadas testemunhas abonatórias, sendo António Magalhães, a mais relevanta.
O ex-autarca vimaranense disse que “se Braga cresceu e é o que é hoje deve-o a Mesquita Machado” e considerou normal que tivesse querido levar para a frente um projecto para a reconversão do quarteirão das Convertidas, na Avenida Central, com uma pousada da Juventude e um Museu da Cidade.
Mesquita Machado presidiu à Autarquia de Braga durante 37 anos e António Magalhães liderou o município de Guimarães durante 24, tendo ambos sido eleitos pelo PS.
O ‘caso das Convertidas’ tem como arguidos Mesquita Machado e os cinco vereadores socialistas do mandato 2009/2013, acusados da coautoria de um crime de participação económica em negócio e de um crime de abuso de poderes.
Segundo a acusação, terão aprovado a expropriação do quarteirão das Convertidas com a intenção de favorecer o genro e a filha de Mesquita Machado, donos da empresa proprietária dos prédios em causa, prejudicando o erário público municipal.
Uma acusação refutada por Mesquita Machado, o único dos arguidos que falou em tribunal.
O antigo autarca de Braga admitiu que a expropriação era urgente para aproveitar os fundos do ‘overbooking’ do quadro comunitário então em vigor.