Sete dos nove homens do grupo liderado por dois advogados e um bruxo acusados por crime de homicídio de que foi vítima o empresário João Paulo Fernandes, de Braga, a 12 de março passado pediram a instrução do processo.
Fonte judicial adiantou que a acusação transitou, assim, para o Tribunal de Instrução do Porto, que irá, agora, marcar o debate instrutório.
Entretanto, e no âmbito do caso, o Tribunal decidiu que o julgamento, a realizar-se, decorre no do Porto, dado que foi em Valongo que foi cometido o crime mais grave, o de homicídio qualificado.
João Paulo Fernandes terá sido morto por estrangulamento num armazém de Valongo e o seu corpo dissolvido em ácido sulfúrico, noutro armazém, em Baguim do Monte.
Ao que soubemos, apenas os arguidos, Emanuel Marques Paulino, conhecido como ‘bruxo da Areosa’ e Luís Monteiro, um dos operacionais que prepararam o rapto do empresário na sua casa de Braga, a 11 de março, não pediram a instrução. O ‘bruxo’ terá sido um dos mentores do crime e o seu executante.
Sete dos arguidos vão responder por crimes de associação criminosa, furto qualificado, falsificação ou contrafação de documentos, sequestro, homicídio qualificado, profanação de cadáver e incêndio.
O móbil do crime era “impedir a reversão de um estratagema mediante o qual o património dos seus pais [do empresário] fora passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos”.
O avultado património imobiliário – de dois milhões de euros – dos pais da vítima tinha passado para a titularidade de dois dos arguidos, a fim de ser salvaguardado e não servir para pagar aos credores de uma empresa de construção entretanto declarada insolvente. Mas os pais e João Paulo Fernandes – que também terá sido lesado em mais um milhão – queriam o património de volta, pretensão que terá contado com a resistência de Pedro Bourbon e seus pares.
Por isso, refere a acusação, “sete dos arguidos organizaram-se entre si antes dos crimes, criando uma estrutura humana e logística, com o propósito de sequestrar um empresário de Braga, de o matar e de fazer desaparecer o seu cadáver”.
A autoria do crime é atribuída pelo Ministério Público a dois dos irmãos de Pedro Bourbon, o advogado Manuel Bourbon e o economista Adolfo Bourbon, bem como a Emanuel Marques Paulino, conhecido por ‘Bruxo da Areosa’, também dirigente nacional do PDR. Este ‘bruxo’ é compadre de Pedro Bourbon, sendo o padrinho dos dois filhos deste advogado.
Luís Moreira (CP 8078)