O julgamento do caso do rapto mortal de um empresário de Braga vai decorrer com oito jurados, no Tribunal de São João Novo (Porto), a pedido de um dos principais arguidos, Emanuel Marques Paulino, famoso ‘Bruxo da Areosa’, acusado de estrangular a vítima.
A notícia foi adiantada ao PressMinho/O Vilaverdense pelos seus dois advogados, o casal Rui Silva Leal e Mónica Quintela, porque a defesa entendeu por bem “chamar o povo” a participar na análise e decisão do processo por rapto e assassínio de João Paulo de Araújo Fernandes.
Os advogados, falando à margem de um outro julgamento que está a decorrer em Braga, são os mesmos que tinham pedido o Tribunal do Júri no caso da inspectora Ana Saltão, da Polícia Judiciária do Porto, que voltará a ser julgada, em Coimbra, por suspeitas de ter assassinado a tiro a avó do marido com quase dezena e meia de tiros à queima-roupa.
O pedido dos jurados foi formulado pelo ‘Bruxo da Areosa’ e pelo cunhado, Luís Filipe Monteiro, que também está preso preventivamente na Cadeia de Custóias, a aguardar o julgamento, com início marcado para 1 de Junho e audiências já marcadas até à primeira semana de Julho, de modo a proferir o acórdão ainda antes das férias judiciais de Verão.
Os outros sete arguidos são três irmãos do Clã Bourbon, os advogados Pedro e Manuel, a par do economista Adolfo, bem como o ‘segurança’ Rafael Silva (‘Neil’), o mediador de seguros Hélder Moreira, este o único ‘arrependido’ do processo, além dos dois que não estão presos preventivamente no caso, o advogado Nuno Pinto Lourenço e o chefe de vendas Filipe Leitão, acusados de colaborarem com o núcleo central do grupo, para o rapto e morte de João Paulo de Araújo Fernandes, de 41 anos, raptado à frente da filha, de oito anos, ao princípio da noite de 11 de Março do ano passado, à porta da garagem de casa, um apartamento na Avenida António Palha, em Lamaçães, na cidade de Braga.
Os crimes de rapto em Braga e de assassínio em Valongo, nos arredores do Porto, terão sido motivados pela disputa em redor do avultado património imobiliário dos pais da vítima, avaliado em dois milhões de euros, mas que teria sido “escondido” dos credores.
JG (CP 2015)