O caso dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde continua dar que falar. António Vilela nega pressões sobre a direcção da corporação, o PS lamenta comportamento do autarca social-democrata e, sabe-se agora, um acordo extrajudicial entre a Associação Humanitária e o bombeiro José Caridade saiu gorado.
“Nunca fiz qualquer pressão sobre ninguém para nomear quem quer que fosse, nem nunca o faria”. Foi assim que, esta terça-feira, o presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, reagiu às acusações feitas em conferência de imprensa à tarde pelo comandante dos bombeiros, José Lomba.
O autarca foi mais longe: “nunca interferi nas questões da direcção e do comando, pois entendo que são órgãos autónomos da autarquia”. E lamenta que “se continue a falar dos bombeiros e de Vila Verde pela negativa”.
Vilela diz não querer “reagir ou tomar qualquer posição sobre questões que estão longe de ser verdade”. Afirma que “os bombeiros merecem o meu respeito e não entro no jogo que visa denegrir a imagem dos bombeiros e daquelas instituições com as quais deve existir uma cooperação leal e estreita”.
Em declarações ao Jornal O Vilaverdense, o presidente da Câmara frisa ainda: “sempre vi os bombeiros como parceiros e sempre cooperamos dentro da máxima transparência e respeito pela autonomia de cada organização. O que se espera de quem dirige ou comanda é que promova a estabilidade e respeito pelos bombeiros e por aqueles que estes servem”.
A finalizar o autarca fez um apelo: “peço estabilidade e paz em nome daqueles que prestam socorro, apoio e segurança às populações”.
PS: “ESTAMOS ATENTOS”
“Lamentamos o comportamento do presidente da câmara. A autarquia deve assumir-se como parceira e não como tutora de qualquer instituição concelhia”.
Foi deste modo que, horas depois, o presidente da comissão política de Vila Verde do PS, José Morais, reagiu às acusações feitas pelo comandante José Lomba sobre “pressões” e “interferências” do presidente da câmara no caso da não renovação da comissão de serviço naquela instituição.
“Estamos atentos aos contornos políticos do caso e tomaremos posição mais forte, caso se justifique”, avisou Morais, em declarações à edição online do jornal O Vilaverdense.
O líder do PS assume que “é tempo de preservar e valorizar a instituição e não percebemos estas ingerências políticas”.
ACORDO EXTRAJUDICIAL
Entretanto, O Vilaverdense apurou, junto de fontes ligadas ao caso,
que saiu gorado um acordo extrajudicial entre a Associação Humanitária e o seu operacional José Caridade.
Na reunião, em Vila Verde, estiveram os advogados Carlos Andrade Arantes (entidade patronal, Bombeiros) e Anabela Silva Monteiro (trabalhador, José Caridade), mas a causídica bracarense não terá aceitado a proposta avançada pelo seu colega em nome dos ‘Voluntários’.
A renitência do bombeiro vilaverdense, que se destacou em vários actos de serviço e de forma heroica, mesmo nas horas vagas, terá a ver com a forma como o processo de despedimento foi tratado, com repercussões públicas, de modo que se terá inclusivamente repercutido a nível social e psicológico, já que, “o dinheiro não paga tudo”, adiantaram fontes ligadas a José Caridade.
Recorde, que Caridade foi o bombeiro que conduziu a ambulância que transportou durante a Festas das Colheitas os apresentadores da TVI, caso que ficou conhecido por ‘Caso TVI’, que teve grandes repercussões na comunicação social nacional.
Redacção/ P.A.P. (CP 9420)