Os ex-administradores dos TUB- Transportes Urbanos de Braga, Vítor Sousa e Cândida Serapicos terão recebido entre 130 e 150 mil euros de luvas na compra de 13 autocarros da marca MAN, entre 2000 e 2008.
Fonte ligada ao processo disse ao PressMinho que o número de dois milhões de euros avançado por um jornal nacional é simplesmente “fantasioso e especulativo”. A mesma fonte sublinha que as ‘comissões’ rondariam os dez mil euros por autocarro.
A maior fatia caberia a Vítor Sousa, presidente do Conselho de Administração dos TUB, cerca de 115 mil euros, enquanto Cândida Serapicos terá ficado apenas com cerca de 15 mil euros.
Os dois continuam este sábado a ser ouvidos pelo Tribunal de Instrução de Braga, bem como os restantes três, o engenheiro dos TUB, Luís Vale, e os administradores da MAN Portugal, Luís Paradinha e Patrick Gotze, este, gestor da MAN na península Ibérica. Envolve, ainda, o ex-representante da MAN em Braga, Abílio Meneses da Costa que se encontra doente e prestou todas as informações sobre o modo como se processava a alegada corrupção, pelo que não foi detido.
Os dois arguidos têm vindo a declarar-se inocentes mas os investigadores do Ministério Público e da PJ pensam ter reunido provas concludentes, com cheques e dados contabilísticos que comprovam as ‘luvas’.
A mesma fonte sustenta que as notícias “especulativas” sobre luvas de dois milhões têm origem no facto de Abílio Costa – suspeito de corrupção activa – ter afirmado num processo de insolvência no Tribunal de Gaia que adiantou dois milhões aos administradores da MAN Portugal para estes usarem em luvas noutros concursos em todo o país.
O empresário dizia, ‘à boca cheia’ que a MAN lhe ficou a dever 500 mil euros desses fundos e que o atirou para a falência. Tese que a investigação acredita ser verdadeira, embora considera “manifestamente exagerado” o valor de dois milhões.
No caso de Braga, e do que corre em Coimbra nos transportes urbanos locais, Abílio Costa adiantou o dinheiro das luvas e terá sido ressarcido pela MAN Portugal, através de descontos no preço de camiões e autocarros.
FG (CP1200)