O Ministério Público de Braga mandou extrair uma certidão, a partir da acusação dos TUB- Transportes Urbanos de Braga para a realização de novo inquérito a Vítor Sousa e Cândida Serapicos, ex-administradores da empresa municipal.
A magistrada Nélia Alves concluiu que, entre 2007 e 2009, foram administradores da empresa BTP- Publicidade em Meios de Transporte e Comunicação, SA com sede em Lisboa. Firma, onde a Câmara de Braga tem 45 % e que é concessionária da publicidade nos TUB.
No interrogatório judicial, Sousa disse que nada recebeu da BTP, mas o MP detetou, numa conta bancária, o desconto de dez cheques no valor de 25 mil euros. Já quanto a Cândida apurou que havia cheques e depósitos feitos pela empresa nas suas contas bancárias, ainda que em quantia não-determinada.
Conforme o PressMinho/vilaverdense noticiou os dois ex-administradores – Vítor foi presidente e Cândida foi vogal, entre 1999 e 2009 – foram acusados do crime de corrupção passiva +ara ato ilícito. O mesmo sucedeu ao ex-diretor de Planeamento – ainda funcionário da firma – Luís Vale.
O caso prende-se com o recebimento de luvas com a compra de 13 autocarros MAN. Vítor Sousa terá recebido 226 mil euros, a vogal apenas 27.500 e o ex-diretor, 23 mil.
O caso envolve, ainda, dois ex-administradores da multinacional alemã em Portugal, Luís Paradinha e Patrick Gotz, este um cidadão alemão aqui residente.
ABÍLIO COSTA NÃO PRESTOU DECLARAÇÔES PARA ‘MEMÒRIA FUTURA’
O alegado ‘esquema’ de corrupção nos TUB passou pela Oficina Senhor dos Aflitos, gerida pelo empresário Abílio Costa. Inicialmente foi ouvido, várias vezes na PJ/Braga, como arguido, mas o MP acabou por torná-lo, apenas, testemunha.
O empresário encontra-se doente e está hospitalizado. Se não puder testemunhar em julgamento isso pode beneficiar os arguidos, já que foi ele quem forneceu os dados para a investigação da PJ/Braga. No preâmbulo da acusação, a magistrada manda, ainda, tirar uma certidão para novo inquérito-crime a Abílio Costa por haver indícios de que terá feito uma insolvência dolosa da Oficina.
Ao que soubemos não foi recolhido o seu depoimento para ‘memória futura’, dado que foi sempre ouvido na qualidade de arguido e não como testemunha.
Um outro ex-administrador da MAN, também alemão, não foi constituído arguido nem acusado por se encontrar na Coreia do Sul.
Luís Moreira (CP 8078)