O presidente da direcção dos Bombeiros de Vila Verde, Carlos Braga, anuncia que será realizado um processo de averiguações interno ao caso do transporte de ‘emergência’ aos animadores da TVI, no domingo da Festa das Colheitas. “As sirenes de emergência foram ligadas e eu não dei essa ordem, o comandante também não e Paulo Renato, tanto quanto me é transmitido, também não”, afirma, convicto de que “só pode ter sido iniciativa do próprio bombeiro”.
Carlos Braga assume que “a situação é estranha. Mais estranho é o facto de ser feita circular essa informação para o exterior. Tem que haver consequências”.
O caso será levado a decisão da direcção, onde pontua o vice-presidente Paulo Renato Rocha, visado em algumas denúncias ‘anónimas’ como sendo o principal mentor da troca e utilização menos apropriada da viatura. “O Paulo Renato não tem culpa e não aceito que me ponham na mesa a sua demissão”, declara Carlos Braga. O presidente está convicto de que “foi uma iniciativa do bombeiro que esteve ao serviço na viatura. Não deveria ter usado a sirene e a marcha de emergência”.
No entanto, guarda conclusões do caso para o processo de averiguações interno. “Vamos nomear um advogado e uma equipa de averiguações e, no final, logo se saberá qual a decisão”. Admite, que no limite, “pode levar à expulsão do responsável (o bombeiro), ou até uma repreensão por escrito, uma suspensão sem vencimento, ou outra. Vamos aguardar”.
CODIS já pediu explicações
Na sequência da polémica, o CODIS (Comando Distrital) já pediu esclarecimentos. “Enviei o nosso comunicado e dei conta de que será aberto um processo de averiguações”, declara Carlos Braga.
Na sua óptica, “não há que temer nada. Se alguma coisa tem que ser feita é a nível interno e a direcção está atenta e procederá em conformidade”.
As declarações de Carlos Braga surgem na sequência da divulgação esta quarta-feira à noite de um comunicado da Associação Humanitário dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde onde é desmentida a utilização indevida de uma ambulância de transporte de doentes não urgentes posta ao serviço dos apresentadores da TVI.
No comunicado assinado por Carlos Braga e Jorge Alberto Lomba, presidente da associação humanitária, divulgado por O Vilaverdense, os ‘Voluntários’ explicam que a ambulância de transporte de doentes não urgentes utilizada, que circulou com “marcha assinalada”, está “imobilizada” ao domingo, e que a viatura “nunca” é utilizada para socorro de emergência médica por “não estar equipada para tal”.
O bombeiro que a tripulava, acrescenta ainda a corporação, “estava de voluntariado, exclusivamente, para este efeito”.
O comunicado adianta que durante o espectáculo da televisão de Queluz, a corporação efectuou sete emergências, “tendo sido recusadas três emergências”, em virtude de naquele período temporal “os operacionais estarem destacados no combate a cinco incêndios florestais”, estando, contudo, “sempre assegurada a primeira emergência/intervenção”.
A corporação esclarece que a viatura em causa foi solicitada pela autarquia para a prevenção e socorro ao evento, bem como para o transporte dos apresentadores da TVI entre o palco principal e o recinto da feira “devido ao intenso tráfego automóvel que se faz sentir nesse dia”.
Carlos Machado Silva (CP 3022)