Foi com “enorme satisfação” que a Associação Cidadãos de Esposende viu ser atendido o seu pedido de alteração do ‘Polvo da Pedra à Esposende’ pelo robalo, que já está a ser promovido pela Câmara como prato identitário da gastronomia do concelho. Contudo, questiona se “será oportuno gastar grandes quantias na divulgação de um peixe em detrimento de outras prioridades para a população local”.
Em comunicado ao PressMinho, a Cidadãos de Esposende “congratula-se” com a alteração e felicita presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, pela decisão.
Recorde-se que, em Dezembro de 2019, lançou (e manteve online durante dois meses) uma campanha nas redes sociais e nos meios de comunicação solicitando a participação dos cidadãos para substituir o que considerava ser um “prato esquecido” e “sem qualquer impacto na economia local” como o ‘Polvo da Pedra à Esposende’.
Escrutinadas as “mais de duas mil” respostas, o resultado “foi o esperado”, com a maioria dos gastrónomos a pedir a substituição do prato de polvo. A escolha para o prato que identifica a gastronomia local recaiu sobre o robalo, seguido da lampreia.
Para a associação, o resultado revelou a “vontade de mudança” e a manifestação dessa vontade foi remetida para o autarca em Fevereiro “na expectativa que o presidente da Câmara “procedesse a uma alteração do prato identitário do concelho ou optasse pela divulgação de outro ingrediente que não o polvo”.
“Passados três meses, verifica-se que o máximo responsável local reconheceu que o prato lançado em 2015 não logrou atingir os objectivos pretendidos e inicia a divulgação e valorização da oferta gastronómica com o robalo”, diz a Cidadãos de Esposende.
“Colocar o robalo na valorização da gastronomia local é certamente um passo importante e que terá melhores resultados que o esquecido polvo da pedra, que dificilmente se encontra na restauração local e que comprovadamente não teve qualquer impacto na economia do concelho”, acrescenta.
CONSELHOS À CÂMARA
Considerando que, sendo Esposende um concelho turístico, “é fundamental associar um prato que o identifique tanto a nível nacional como internacional”, aconselha a autarquia a encarar “como um passo positivo” a alteração e a divulgação do robalo.
No entanto, acrescentam os responsáveis associativos, “seria importante reconhecer os erros do passado, para não os repetir no futuro”.
“Foram muitos milhares de euros gastos com o polvo, investimentos em feiras nacionais e internacionais ou publicidade que custaram aos cofres da autarquia valores que não tiveram o posterior retorno”, referem
“É fundamental entender o que não correu bem e melhorar a forma como o robalo será agora apresentado e se a sua confecção é concretizada em todos os restaurantes, e não apenas em dois como se verificava com o polvo”, dizem.
Todavia, “é importante pensar que passos devem ser dados na divulgação do robalo, onde deve ser investida a divulgação e sobretudo, numa fase complicada a nível nacional e internacional pela pandemia de covid-19, pensar se será oportuno gastar grandes quantias na divulgação de um peixe em detrimento de outras prioridades para a população local”, refere a associação.
“Divulgar sim, mas com a devida contenção”, apela.