A CP comprou 51 carruagens à espanhola Renfe por 1,65 milhões de euros, visando requalificá-las nas oficinas de Guifões, em Matosinhos, seis das quais anos entraram em circulação no serviço inter-regional da Linha do Minho, dois anos depois, negócio que caiu mal em Espanha.
Segundo o Porto Canal, o país vizinho foi acusado de abrir mão a preço de saldo de carruagens que poderiam ser uma mais valia, reforçando a operação em solo espanhol.
Num vídeo publicado na rede social Instagram, é elencado que o material circulante poderia suprir necessidades de oferta existentes em determinadas linhas, nomeadamente Sevilha – Cádiz, Zaragoza – Logroño – Pamplona, ou até mesmo no troço entre Valência e Barcelona, constantemente alvo de críticas pela escassa oferta.
Na mesma publicação é destacado o processo de remodelação pelo qual as carruagens passaram. Adquiridas em Julho de 2020 por 1,5 milhões de euros, o que dá uma média de 30 mil euros por cada uma, ganharam nova vida nas oficinas de Guifões.
A modernização de cada uma custou, em média, 156 mil euros, ficando a transportadora pública com carruagens praticamente novas ao preço de 186 mil euros, 10% do preço do mercado por material equiparado novo.
O Porto Canal conta que as carruagens em segunda mão ficaram irreconhecíveis: foi removido o amianto que 36 das carruagens possuíam – uma das principais razões da sua desvalorização – tendo sido remontados novos equipamentos como assentos, casas de banho, ar condicionado, sistema de informação ao cliente.
Um exemplo de como transformar carruagens apelidadas de “sucata” em material circulante novo, que vai gerando ecos de revolta no país vizinho.