Abuso sexual de uma aluna de 14 anos numa escola dos arredores de Braga. É este o crime de que está acusado um seu professor, com mais de 30 anos de serviço e diretor de turma da vítima, e cujo julgamento começou esta segunda-feira no Tribunal Judicial de Braga. O ‘prof’ de Educação Física não compareceu à audiência, alegando doença, tendo apresentado o respetivo atestado.
O julgamento decorre à porta fechada, mas o tribunal entendeu começá-lo, apesar de o arguido não estar presente, anuindo a um requerimento do Ministério Público (MP), pelo que começou a ouvir as testemunhas de acusação.
A primeira testemunha ouvida foi o pai da vítima, que é assistente no processo. O coletivo de juízes vai, também, ouvir o depoimento da vítima gravado
“para memória futura”.
Está acusado, pelo MP, de abuso sexual de menor dependente, de trato sucessivo, ou seja, de forma continuada. Segundo o MP, aproveitou-se da posição que ocupava para abusar da aluna, vulnerável devido à idade.
O alerta para os alegados abusos foi dado por colegas da vítima, face ao teor das mensagens que leram no telemóvel dela. Uma conversa mantida entre professor e aluna através do ‘chat’ da rede social Facebook também fez soar os alarmes.
O caso foi comunicado à direção da escola e foi aberto um processo disciplinar, que culminou com o despedimento do professor. Um despedimento que o professor já contestou, através de uma ação que interpôs no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga.
Os alegados abusos terão ocorrido em inícios de 2017, tendo o professor, numa das ocasiões, e segundo a acusação, levado a aluna até um escritório, onde consumou o crime.
O pai da aluna constituiu-se assistente no processo e pede uma indemnização de 50 mil euros.
Até agora, o arguido optou sempre por não prestar declarações.
Luís Moreira (CP 8078)