A reconstituição do assalto ao Palácio de Inverno, em Petrogrado, pelos bolcheviques, num espetáculo em 3D no actual Museu Hermitage de São Petersburgo, constituiu um dos pontos altos das celebrações oficiais do centenário da Revolução Russa, que se assinala esta terça-feira.
Vladimir Putin apelou a uma “análise honesta” das causas e consequências das revoluções de Fevereiro e Outubro (25 de Outubro no calendário juliano, usado pela Rússia antes de 1918; 7 de Novembro no calendário gregoriano), para promover a “concórdia nacional” e evitar reacender “a discórdia, o ódio e o ressentimento ligados ao passado” ou exacerbar o debate na sociedade.
As efemérides, organizadas pela Sociedade de História da Rússia e que pretendem abranger o período entre 1917 e 1921, revelam a preocupação de “evitar polémicas”, tendo sido excluídos do comité organizador representantes dos partidos políticos.
Assim, o centenário da revolução ficou quase limitado a debates e mesas-redondas entre historiadores ‘oficiais’ – investigadores, professores, directores de museu, cineastas, responsáveis pelos principais canais televisivos e representantes da igreja ortodoxa, que não esquecem a menção ao “terror vermelho”.
Durante o período soviético, o 7 de Novembro era assinalado com feriado nacional e uma das maiores celebrações do ano. Na Rússia actual, contudo, este é um dia de trabalho normal. O feriado foi movido para 4 de Novembro, designado Dia da Unidade Nacional.
FG (CP 1200) com TSF