Companhia de Teatro de Braga (CTB) estreia no Teatro do Bairro, em Lisboa, a 3 de Novembro, a sua mais recente criação: ‘Hamlet’, uma recriação dramatúrgica do encenador e dramaturgo russo Alexej Schipenko.
As sessões, que decorrem até dia 7 de Novembro, são de quarta a sexta às 21h30 e sábado e domingo às 18h00.
Entretanto, a CTB apresenta-se em Itália/ Caglíari (Teatro de la Saline) de 26 a 30 de Outubro com o espectáculo ‘Criatura’.
“Já contei a história da razão e encontro, meu e da CTB, com Alexej Schipenko. Passemos à frente. Este é a oitava criação entre textos de Schipenko, encenações de Schipenko sobre textos seus, escritos para a CTB, sobre textos seus sobre temáticas portuguesas (Lusíadas, Jardim (que acabou de dirigir de novo em Moscovo), Praça de Toiros…), com algumas ideias e projectos pelo caminho e outras realizadas mesmo, como os filmes Semana Santa, Fideliché… e, talvez, brevemente, noutro contexto, noutro país, voltemos os dois ao tema de Pedro & Inês.
Mas aqui e agora quero salientar uma linha de trabalho da CTB que vem do princípio: a relação próxima com dramaturgos e a importância disso no desenvolvimento do trabalho artístico. Foi assim com Regina Guimarães & Saguenail, durante quase duas décadas, foi assim, num tempo mais curto com Abel Neves e Vergílio Alberto Vieira e é assim quase há duas décadas com Alexej Schipenko.
Uma colaboração que não passa apenas pela escrita, mas por todo um processo criativo, entre a escrita, a escolha, a experimentação e a prática do actor, que tem contribuído de modo profundo em todo o nosso processo. Para quem sempre assumiu Braga como o Lugar para a criação e confronto artístico entre a Europa, a Lusofonia e recentemente, participando como membro na ETA- Eurásia Theater Association, contarmos com a presença do pai de klim Schipenko, o jovem realizador russo, que por estes dias esteve a realizar o primeiro filme no espaço, é um orgulho acrescido”, escreve Rui Madeira, director do CTB.
Este ‘Hamlet’ é uma performance sobre a percepção da realidade moderna, logo sobre fronteiras. A peça é sobre a possibilidade de olhar essa realidade a partir de dois polos dessa percepção: 1. O mundo é virtual, 2. O mundo é real. A peça ‘Hamlet’ é um confronto desses dois oponentes e o processo de interacção entre eles.
São quatro actores. Dois homens. Duas mulheres. Hamlet e Ofélia entendem o mundo como virtual. A mãe de Hamlet e o padrasto de Hamlet entendem o mundo como real. Após a colisão dessas duas formas de percepção representantes da compreensão virtual do mundo morrem fisicamente (Hamlet, Ofélia), e representantes da compreensão real (Mãe e Padrasto de Hamlet) permanecem vivos. Eles sobrevivem aos seus próprios filhos. Este foi o ponto de partida para o espectáculo que, entretanto, evoluiu…é um processo.
Alexej Schipenko, é um dos mais importantes dramaturgos de língua russa. Actor, dramaturgo, romancista, músico, cantor, guionista, realizador, ex guarda-redes profissional…É colaborador regular da CTB há cerca de vinte anos e membro do seu conselho artístico.
FICHA ARTÍSTICA
Autor | William Shakespeare| elenco | Carlos Feio, André Laires, Rogério Boane, Solange Sá, Eduarda Filipa|adaptação, encenação e dramaturgia | Alexej Schipenko | cenografia e figurinos| Lesja Chernish| vídeo e som| Jorge Lucas|desenho de luz| Alexej Schipenko e Sérgio Lajas| apoio musical| Grasiela Müller.