Os pagamentos atribuídos pela Câmara ao espectáculo do Verão passado à Tour Tony Carreira/Continente e a contratação do gabinete de consultoria do antigo ministro socialista Augusto Mateus geraram polémica na reunião desta segunda-feira do executivo bracarense.
As críticas aos gastos em serviços contratos pela autarquia bracarense, por ajuste directo, já não são de agora, com o PCP a reclamar que parte das verbas poderiam ser disponibilizadas para o apoios a programas sociais, e o PS renovar a acusação que o actual executivo de maioria PSD/CDS mais não faz que promover uma política de “festas e festinhas”.
No final da reunião de Câmara, em conferência de imprensa, o vereador comunista Carlos Almeida, criticou o “subsídio” de 10 mil euros atribuído ao concerto de Tony Carreira, considerando-o “um espectáculo de promoção dos hipermercados Continente”, empresa privada. Almeida defende que aquele montante deveria de ser canalizado para o apoio social.
Também Hugo Pires, vereador socialista, discorda do “subsídio” para espectáculo de Carreira, acusando a autarquia de abrir os cofres para promover a marca Continente.
Em resposta, Ricardo Rio explicou que a verba atribuída ao concerto do cantor da Pampilhosa da Serra surgiu na sequência da parceria com o grupo Sonae, que o Continente integra, idêntica à de todos os municípios por onde o espectáculo passou, lembrando o impacto que o evento teve na região e os 40 mil fãs de Carreira que se deslocaram à praça junto do estádio municipal.
Carlos Almeida questionou ainda os verbas entregues não só para a organização de espectáculos musicais mas também a gabinetes de arquitectura e planeamento, engenharia e desporto, mas foi Hugo Pires a levar suspeitas sobre o pagamento de 72 mil euros ao gabinete de Augusto Mateus, ministro da economia, entre Março e Novembro de 1997, do governo de António Guterres, um negócio que para ser entendido, referiu, “basta perceber quem no actual executivo trabalhou para esse gabinete”.
Ricardo Rio respondeu com ironia ao vereador do PS: “estou a tentar dar uma remuneração a um ex-ministro socialista”.
Fernando Gualtieri (CP1200)