O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, afirmou esta segunda-feira que a condecoração que lhe foi atribuída pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é um agradecimento ao apoio de Portugal às autoridades de Kiev contra a invasão russa.
“A condecoração que o presidente Zelensky me outorgou deve ser entendida como um agradecimento a Portugal por aquilo que tem feito e por aquilo que os portugueses sentem em relação à Ucrânia”, afirmou aos jornalistas João Gomes Cravinho, que hoje chegou à capital ucraniana para uma visita de dois dias.
Na véspera de se avistar com Zelensky, num momento em que é esperado que lhe seja entregue a condecoração concedida no início do mês, e também com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, o chefe da diplomacia reiterou o “fortíssimo compromisso dos portugueses” em relação ao apoio à Ucrânia na resposta à invasão russa, iniciada em 24 de Fevereiro de 2022, e que é sustentado nas sondagens.
“Estamos a fazê-lo, estamos a fazê-lo politicamente, estamos a fazê-lo militarmente e financeiramente”, declarou o ministro, lembrando também o acolhimento de mais de 60 mil refugiados desde a data da invasão e reafirmando o apoio de Portugal a Kiev “pelo tempo que for necessário, enquanto se defende da agressão russa”.
João Gomes Cravinho falava aos jornalistas ao lado do ministro da Educação, João Costa, em Jitomir, na Ucrânia central, a cerca de 150 quilómetros a oeste de Kiev, onde os dois governantes visitaram ao início da tarde o Liceu 25, uma escola destruída pelos bombardeamentos russos, em Março de 2022, e que será recuperada com apoio português.
Antes, os ministros participaram no Fórum de Reconstrução de Jitomir, com dezenas de intervenientes ao longo do dia, numa organização tripartida de Portugal, Ucrânia e Estónia.
À chegada a Kiev, na sua quarta visita à Ucrânia desde a invasão russa, João Gomes Cravinho relacionou o significado desta deslocação, numa fase em que a Rússia parece ter a iniciativa nas frentes de guerra e de dificuldades dos aliados na ajuda a Kiev, com as características de longo prazo deste conflito.
“É muito importante mantermo-nos unidos e solidários com a Ucrânia. Há momentos melhores, há momentos piores. O fundamental é que, se a Rússia tiver ganho o que está em causa, vai haver instabilidade em todo o continente europeu por décadas”, observou.
Nesse sentido, o chefe da diplomacia assegurou que a estratégia de fundo de Portugal “continua exactamente igual, que é apoiar a Ucrânia até que consiga os seus objectivos”, ou seja “expulsar os invasores russos e nisso nada mudou”.
João Gomes Cravinho foi distinguido pelo Presidente ucraniano com uma condecoração oficial pelo trabalho e apoio que Portugal tem dado à Ucrânia.
Segundo uma nota então divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que citava o decreto presidencial, a condecoração com a “Ordem de Jaroslav o Sábio” é atribuída “por uma contribuição pessoal significativa para o reforço da cooperação interestatal, o apoio à soberania estatal e à integridade territorial da Ucrânia e a promoção do Estado ucraniano no mundo”.
Na terça-feira, os ministros dos Negócios estrangeiros e da Educação têm encontros previstos com os respectivos homólogos e são recebidos por Volodymyr Zelensky.
Com Executive Digest