A Presidência da República confirmou a visita do presidente da Ucrânia a Portugal esta terça-feira. O Governo avançou que Volodymyr Zelensky vem assinar um acordo no quadro do relacionamento bilateral entre ambos os países.
“A convite do Presidente da República e do primeiro-ministro, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky deslocar-se-á a Portugal amanhã [terça-feira], 28 de Maio”, lê-se numa nota informativa publicada no website da Presidência da República.
Durante a estadia em Portugal, Zelensky terá reuniões de trabalho com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“A visita de trabalho do presidente Zelensky insere-se na intenção partilhada de aprofundar as excelentes relações entre os dois Estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa”, explica também a Presidência.
O encontro permitirá também “reiterar o compromisso de Portugal para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como com a manutenção do apoio político, militar, financeiro e humanitário a Kyiv [Kiev]”.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, também confirmou oficialmente a visita do presidente da Ucrânia, “a convite do Presidente da República e do primeiro-ministro”, num comunicado enviado às redacções.
ACORDO BILATERAL
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, confirmou, esta segunda-feira, que a visita do presidente da Ucrânia, Voldymyr Zelensky, a Portugal, na terça-feira, visa, “essencialmente”, a assinatura de um acordo no quadro do relacionamento bilateral entre ambos os países e o facto de Kiev e querer “agradecer o esforço que Portugal tem feito” nos últimos dois anos.
“Foi concluído já há cerca de três semanas o acordo político entre Portugal e a Ucrânia, que é um acordo bilateral em todas as áreas em que temos cooperado nestes dois anos. Na área de assistência humanitária, na área de assistência financeira, na área de assistência militar, na área de assistência política ao próprio processo de integração europeia”, disse Rangel.
“Todo ele recolhe todas as dimensões em que temos trabalhado, mas agora de uma forma sistematizada e com um horizonte de dez anos para futuro”, acrescentou.
Segundo o governante, havia ficado definido na Cimeira da NATO de Vilnius que o acordo “seria concluído”, tal “muitos Estados o têm feito”.
“A visita visa, essencialmente, duas coisas: por um lado esse quadro de relacionamento bilateral entre Portugal e a Ucrânia para os próximos anos, já devidamente sistematizado num acordo político. E, ao mesmo tempo, a Ucrânia quer agradecer o esforço que Portugal tem feito e que nós sabemos que é bastante grande, ao longo destes dois anos, de total solidariedade com a situação do país e, designadamente, com a necessidade de restabelecer a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”, resumiu.
Confrontado com o facto de Espanha ter aprovado um plano de ajuda militar de mil milhões de euros para Kiev e interrogado sobre se Portugal fará algo semelhante, o ministro recusou “entrar em detalhes sobre o acordo”.