O novo presidente norte-americano assinou uma ordem executiva para retirar os EUA da Organização Mundial de Saúde (OMS), um organismo que Donald Trump tinha criticado duramente pela forma como lidou com a pandemia. A OMS espera que os EUA reconsiderem a sua posição.
“A OMS defraudou-nos”, acusou na segunda-feira o republicano, ao assinar o decreto, poucas horas depois de ter tomado posse, justificando a retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos Estados Unidos e da China para a organização.
Durante o primeiro mandato, Donald Trump já tinha tentado retirar o país da organização, que acusou de ser “controlada pela China”.
No entanto, o sucessor, Joe Biden, cancelou a retirada antes de esta entrar em vigor, uma vez que era obrigatório um período de um ano entre o anúncio e a retirada efectiva.
Os Estados Unidos são o principal doador e parceiro da OMS, uma organização da ONU sediada em Genebra, na Suíça.
De acordo com a OMS, os EUA contribuem para o financiamento da instituição através de uma contribuição indexada ao seu Produto Interno Bruto, mas também através de contribuições voluntárias.
A saída dos Estados Unidos poderá obrigar a OMS uma grande reestruturação e prejudicar os esforços globais de saúde pública, incluindo a vigilância e a resposta a surtos.
A OMS desempenha um papel de coordenação particularmente central durante as emergências de saúde globais.
OMS LAMENTA
Já esta terça-feira, a OMS lamentou a decisão dos EUA Donald Trump.
“Esperamos que os Estados Unidos reconsiderem a sua posição e envolvam-se num diálogo construtivo em prol da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo”, disse o porta-voz da OMS em Genebra, Tark Jasarevic, sublinhando que a organização espera “um diálogo construtivo” com as autoridades norte-americanas.
O porta-voz afirmou que a retirada efectiva dos Estados Unidos ocorreria dentro de um ano. Jasarevic recordou que os Estados Unidos foram um dos fundadores da OMS em 1948 e a sua colaboração foi vital nas últimas sete décadas.
“A OMS e os Estados Unidos salvaram inúmeras vidas e protegeram todos de ameaças à saúde. Juntos, erradicámos a varíola e levámos a poliomielite à beira da erradicação”, disse o porta-voz da OMS.
As ordens executivas presidenciais, uma vez emitidas, permanecem em vigor até que sejam canceladas, revogadas, julgadas ilegais ou expirem em seus termos. A qualquer momento, o presidente pode revogar, modificar ou fazer excepções a qualquer ordem executiva, seja a ordem feita pelo actual presidente ou por um antecessor.
Normalmente, um novo presidente revisa ordens executivas em vigor nas primeiras semanas no cargo