A União Europeia (UE) vai enviar dois aviões, entre quarta e sexta-feira, à região chinesa de Wuhan para repatriar, devido ao coronavírus, 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, “independentemente da nacionalidade”, informou Bruxelas.
Através da rede social Twitter, o serviço de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia informou esta terça-feira à tarde que, “à medida que o surto se intensifica, o Mecanismo Europeu de Protecção Civil foi activado após um pedido de França”, e falou no envio de dois aviões para repatriamento de cidadãos da UE.
Entretanto, em comunicado, o executivo comunitário indica que “a UE co-financiará os custos de transporte das aeronaves”, sendo que “o primeiro avião está previsto para sair de França quarta-feira de manhã, enquanto o segundo sairá no final da semana”.
Apesar de a medida vir no seguimento da activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil a pedido de França, a Comissão Europeia explica que “os cidadãos da UE presentes na região e que desejam ser repatriados podem solicitá-lo, independentemente da sua nacionalidade”.
“Os números iniciais indicam que cerca de 250 cidadãos franceses serão transportados na primeira aeronave e mais de 100 cidadãos da UE de outros países se juntarão à segunda aeronave”, precisa Bruxelas, notando que “este é um primeiro pedido de assistência e outros poderão surgir nos próximos dias”.
Para já, de acordo com o executivo comunitário, “apenas cidadãos saudáveis ou sem sintomas [do vírus] serão autorizados a viajar”.
“O Centro de Resposta de Emergência da UE mantém-se em contacto constante com os governos dos Estados-Membros a fim de coordenar as chegadas e os possíveis períodos subsequentes de quarentena”, adianta a Comissão Europeia.
SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES
O Governo português já anunciou que quer retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan, cidade chinesa de onde é originário o coronavírus.
Num comunicado dirigido na segunda-feira aos cerca de 20 portugueses que residem na cidade, a embaixada portuguesa esclareceu que iniciou “de imediato todos os passos” para proceder à retirada por via aérea, recorrendo a um avião civil fretado “que vos vá buscar a Wuhan e dali vos leve directamente para Portugal”.
Situada no centro da China, a cidade de Wuhan foi colocada na semana passada sob uma quarentena de facto, com saídas e entradas interditas pelas autoridades durante período indefinido, apanhando os residentes de surpresa.
O Governo português estudou inicialmente uma retirada via terrestre para Xangai, no leste da China, de onde os portugueses voariam para Portugal.
No entanto, a passagem por terra necessitaria das autorizações das províncias que separam Hubei de Xangai, o que levaria mais tempo e exigiria que os cidadãos portugueses fossem colocados sob quarentena num desses territórios antes de saírem da China.
O Governo português equaciona ainda realizar aquela operação em conjunto com os esforços de evacuação de outros países da UE, dentro do mecanismo europeu previsto para este tipo de situações.
“BATALHA CONTRA O DEMÓNIO”
A China elevou para 106 mortos e mais de 4 mil infectados o balanço do novo coronavírus detectado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infecção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.
O presidente chinês, Xi Jinping, considerou nesta terça-feira que o seu país trava uma importante batalha contra o “demónio” do novo coronavírus e pediu transparência nos esforços do governo para conter a epidemia.
“A epidemia é um demónio e não podemos deixar esse demónio escondido”, afirmou Xi durante uma reunião com responsáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a imprensa estatal.
“O governo chinês sempre teve uma atitude aberta, transparente e responsável na hora de divulgar informação para os nossos cidadãos e para outros países” acrescentou.
Situada no centro da China, a cidade de Wuhan foi colocada na semana passada sob uma quarentena de facto, com saídas e entradas interditas pelas autoridades durante período indefinido, apanhando os residentes de surpresa.
Naquela cidade estão já em construção dois novos hospitais para albergar os infectados.
A interdição foi depois estendida e toda a região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afecta 56 milhões de pessoas.
Redacção com Sapo24