O empresário minhoto que denunciou à PJ/Braga o suposto esquema de corrupção no antigo centro de exames de condução em Vila Verde contou esta segunda-feira, em tribunal, que um dos arguidos, um examinador lhe sugeriu a entrega de 5.000 euros para facilitar a vida aos alunos nos exames teóricos e práticos.
António Fontes, dono de duas escolas de condução em Cabeceiras de Basto e em Vila Nova de Famalicão e assistente no processo, salientou que alguns examinadores, além de dinheiro, o “assediavam” com outros pedidos esquisitos, como umas ‘botas de marca’ ou uma ‘coelha prenha’. O animal – frisou – foi pedido a um instruendo, que ia fazer exame.
As suas declarações ocorreram no Tribunal de Braga, durante o julgamento de um megaprocesso de corrupção com cartas de condução, referente a exames feitos no Centro de Exames de Vila Verde da Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel (ANIECA).
O processo tem 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e um agente da GNR.
No julgamento, António Fontes acrescentou que, depois da denúncia, a taxa de reprovações dos alunos que as suas escolas propõem a exame na ANIECA “subiu muito”. Ou seja, que é perseguido. E disse, ainda, que no Centro de Exames estatal de Braga do IMTT – Instituto da Mobilidade dos Transportes também havia examinadores corruptos.
Sobre a ANIECA – que o expulsou de sócio – classificou-a como a “associação nacional dos interesses dos examinadores de condução”, acusando-a de não defender os associados, as escolas.
Conforme o PressMinho/Vilaverdense tem noticiado, o principal arguido no processo é um examinador do Centro de Exames de Vila Verde, classificado pelo Ministério Público (MP) como o “interlocutor privilegiado” nos episódios de corrupção, “por ser o mais velho” e o que ali exercia funções há mais tempo.
Este arguido é acusado de 35 crimes de corrupção passiva para ato ilícito.
O objetivo era que os alunos fossem auxiliados pelos examinadores, a troco de quantias monetárias que, em média, variavam de 1000 a 1500 euros, no caso dos exames teóricos, e de 100 a 150 euros nos práticos.
Redacção/Pressminho