Perante o notório desconforto do PCP e do BE perante a aproximação entre o PSD de Rui Rio e o PS de António Costa, estabelecendo acordos em torno de matérias como a descentralização ou o novo programa de fundos comunitários, o primeiro-ministro aproveitou o debate quinzenal desta quarta-feira, no Parlamento, para tentar esvaziar os receios da esquerda.
“Não há razão para mudar o que começámos há dois anos. Temos todas as razões para prosseguir”, afirmou Costa, depois de enaltecer algumas conquistas da actual solução governativa, nomeadamente o crescimento económico e a redução da taxa de desemprego.
Na mesma intervenção, o primeiro-ministro sublinhou a necessidade de “não confundir o que são as soluções de governação” e “o que são os relacionamentos entre os vários actores políticos”, referindo-se novamente à linha de diálogo aberta entre o PS e o PSD.
Na perspectiva de Costa, há “questões de interesse nacional” que implicam entendimentos alargados no tempo (com efeitos além de uma legislatura) e nos actores políticos (não exclui nenhum partido de eventuais consensos). Nesse sentido, disse que o Governo “procurará o maior consenso possível, desde a bancada do CDS-PP até à do BE”.
Fonte: Jornal Económico