Na região de Braga, o número de mortes aumentou 25%, quando comparado com o mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). O surto de Covid-19 explica o aumento.
Para avaliar o impacto do novo coronavírus, o INE comparou as mortes registadas em Março de 2019 e de 2020. Embora não sendo ainda possível desagregar por causa de morte, a variável principal é, contudo, o novo coronavírus.
Em Portugal, os dados revelam que morreram 10.224 pessoas, mais 233 do que no ano anterior. Todavia, estes dados nacionais são enganadores. Uma análise por região mostra um panorama bem diferente, porque há regiões com aumentos significativos do número de mortes, de um ano para o outro, como acontece em Braga e Aveiro. Já nas Beiras e serra da Estrela, morreu menos gente.
No distrito de Braga, por cada centena de óbitos em Março do ano passado, tem agora 125.
Os dados desta quinta-feira reportavam 21 óbitos pela Covid-19 só no concelho de Braga, 11 dos quais eram utentes de lares: Asilo de São José com 6 mortes, Resisénior com 2, lar da Irmandade de Santa Cruz, outras duas 2, lar da paróquia de Ferreiros, com uma.
A Área Metropolitana do Porto está em sexto lugar no número de mortes, mas em primeiro nos diagnósticos positivos de infecção. Por cada 100 mil habitantes, eram confirmados 23 doentes com Covid-19. Em contraste, a Área Metropolitana de Lisboa tem oito diagnósticos positivos.
Uma desagregação mais fina ajuda a encontrar a causa da concentração no Norte. Olhando apenas para as maiores cidades, a disseminação da doença é mais grave em Valongo (41 casos por 10 mil habitantes), Porto (35), Maia (35) e Gondomar (34). São quatro concelhos contíguos, que formam uma mancha ininterrupta, capaz de sobrecarregar os serviços de saúde.
Numa lógica isolada, os concelhos de Resende e Ovar são os que têm mais diagnósticos positivos: 50 ou mais, por 10 mil habitantes.
Fernando Gualtieri (CP 1200) com JN