As aulas presenciais do 11.º e 12.º ano são retomadas a 18 de Maio, enquanto as creches devem reabrir a 1 de Junho. No comércio, as pequenas lojas locais podem reabrir já a 4 de Maio e as maiores apenas a 1 de Junho, avança o JN.
Associação de Profissionais da Educação de Infância considera que as famílias precisam de ter soluções para os filhos pelo menos até aos 10 anos e que o sector não está preparado para uma reabertura sem problemas, dada a disparidade de condições na rede de creches em Portugal.
A Associação de Profissionais de Educação de Infância está preocupada com a possível reabertura das creches em Maio. O presidente da associação, Luís Ribeiro, considera que o regresso ao funcionamento das creches “não resolve o problema” das famílias, no que toca a um eventual regresso presencial aos seus locais de trabalho.
“Muitos dos pais que têm crianças em creche também têm crianças no pré-escolar ou no primeiro ciclo que não podem ficar sozinhas em casa”, argumenta Luís Ribeiro em declarações à Renascença.
O presidente da associação garante que não estão “contra a reabertura das creches”, mas encontramos “muitas circunstâncias em que o Governo deveria pensar muito para além das creches”.
Nestas declarações à Renascença, Luís Ribeiro acusa ainda o primeiro-ministro de não conhecer a realidade das creches.
“É óbvio que [António Costa] não conhece aquilo que são as dinâmicas das creches. As crianças em creche movimentam-se imenso e estão próximas umas das outras”, pelo que na eventualidade de uma criança ser portadora do vírus, “a possibilidade de contágio aos adultos é enormíssima”.
Luís Ribeiro mostra-se particularmente preocupado com os mais idosos, dado que muitas creches funcionam nas mesmas instalações de centros de dia e para a terceira idade.
SECUNDÁRIO
As aulas presenciais do 11.º e 12.º anos devem ser retomadas no dia 18 de Maio, apenas para as 22 disciplinas dos dois últimos anos do Secundário cujo exame conta para a média de entrada na universidade e no politécnico. Mas os directores escolares ainda estão à espera de orientações por parte do Ministério da Educação.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas lembra que o “plano de desconfinamento terá de ser validado, mais próximo da data, se as condições sanitárias o permitirem”.
Ainda faltam três semanas, mas para já, num cenário em que alguns alunos regressam à escola no próximo mês, “as escolas carecem de orientações”, lamenta Filinto Lima.
Falta saber que horários podem ser cumpridos e quantos alunos podem estar em simultâneo na sala de aula, por exemplo. Além disso, é preciso fazer chegar às escolas material de higienização, luvas e máscaras.
O representante dos directores lembra ainda que se houver mais turmas, como menos alunos podem ser necessários “mais professores a algumas disciplinas”.
“Os directores abrem as escolas, com certeza, mas têm de ter condições para o fazer – de higienização e de reorganização dos seus espaços e horários”, ressalva Filinto Lima.
Contactado pela aquela rádio, o Ministério da Educação remete a confirmação destas datas para o calendário que o Governo vai apresentar na próxima quinta-feira.
Assim como o momento do fecho das escolas foi essencial para conter a contaminação, a abertura de escolas vai ser o momento em que aumentará a contaminação e há no Governo a noção de que o número de infectados vai subir, até porque cada vez são feitos mais testes de despistagem.
COMÉRCIO
Quanto ao comércio, o JN aponta 4 de Maio como data para a reabertura do pequeno comércio local, que, conforme referiu o primeiro-ministro no debate quinzenal de 16 de Abril, “junta menos gente”.
As lojas de maior dimensão terão de esperar até 1 de Junho para reabrir ao público.
António Costa já tinha indicado que a partir de 4 de Maio poderiam ser levantadas algumas medidas e restrições, sempre de forma “gradual e faseada”, sendo reavaliadas a cada duas semanas, altura em que poderão ser alteradas mais restrições.
Redacção com JN, TSF e Renascença