Cresce a concorrência na saúde em Braga. Além do Hospital do grupo Mello – uma parceria público-privada integrada no Serviço Nacional de Saúde – a cidade tem cinco clínicas privadas, entre elas o Hospital Privado do Trofa Saúde, que gere, ainda, uma unidade de ambulatório, de grandes dimensões.
Todos em disputa de um milhão de possíveis utentes da região do Minho e de franjas de Trás-os-Montes. Agora, o grupo Lusíadas Saúde, de capitais norte-americanos, adquiriu a Clínica Santa Tecla, em Braga, que tem 25 anos de experiência. Uma compra de seis milhões de euros, verba que o vendedor não confirma.
Fernando Pontes, o diretor da unidade de saúde – que disponibiliza 25 consultórios, 24 camas e atendimento urgente 24 horas – disse a o PressMinho/o Vilaverdense que os novos donos vão investir em equipamento de última geração, entre outras, na área da traumatologia.
Mas há outros investimentos no setor: a Unidade Clínica de Ambulatório – que funciona num anexo do antigo Hospital de São Marcos – está a investir num novo centro de Imagiologia/Ecografia para responder ao mercado. E o Hospital da Misericórdia de Vila Verde investiu 1,5 milhões na “melhor unidade de Imagiologia do distrito”.
A oferta fica completa com a Clínica de São Lázaro e com dezenas de outras unidades de pequena dimensão, caso da Casa de Saúde de Amares. E de pequenas clínicas de fisioterapia e imagiologia.
Fonte do setor sublinhou que o ano de 2017 vai ser o de todas as polémicas na saúde local, já que é o das conversações para a renovação da PPP em Braga. Um estudo da Universidade Católica diz que as PPP’s de Braga e de Loures – Luz Saúde – beneficiam o SNS. A Entidade Reguladora da Saúde disse, em maio, o contrário.
As esquerdas, BE e PCP, de Braga, estão contra a renovação e já se manifestaram. PSD e CDS permanecem silenciosos, mas podem vir a apoiar a continuidade da PPP. O Hospital tem mais de dois mil funcionários pelo que – sublinha um antigo administrador do extinto São Marcos – “ninguém os quererá hostilizar”.
Os que defendem a PPP argumentam com “um serviço de excelência” e com custos mais baixos. Os detratores evocam um alegado excesso de atos médicos praticados precisamente para faturar.
O debate deve, ainda, estender-se ao setor privado e ao financiamento estatal, nomeadamente à ADSE e a outros subsistemas de saúde (GNR, PSP e outros) que o suportam financeiramente.
Luís Moreira (CP 8078)