O jovem de 29 anos acusado de matar a tiro um amigo em Perelhal, Barcelos, alegou, esta terça-feira, no Tribunal de Braga, que o disparo foi acidental. “Apontei-lhe a caçadeira à cabeça mas era só para assustar. Não queria matar”, garantiu Carlos Manuel dos Santos Ramalho, referindo-se à vítima como seu “amigo de infância”, outro jovem de 27 anos que atingido na cabeça teve morte imediata. “Todos me gozavam”, desabafou o arguido.
O Ministério Público (MP), conforme o PressMinho noticiou, considera que se tratou de homicídio qualificado, embora, pretenda que o arguido seja declarado inimputável, atendendo a que sofre de psicose esquizofrénica paranoide na forma de mania de perseguição. Assim, o MP defende que o arguido deve ser considerado “perigoso”, pelo que propõe o seu internamento.
“Perseguido”, gozado” e alvo de “chacota” foi assim que Carlos Manuel – que se encontra internado na ala psiquiátrica da cadeia de Santa Cruz do Bispo- se sentia quando em Abril de 2015 matou o seu amigo
Jorge Filipe Gonçalves, de 27 anos.
Em tribunal, Carlos Manuel precisou que a “chacota”, considerada pela acusação de “perseguição imaginária”, durava há mais de três anos, nomeadamente através das redes sociais. O arguido disse mesmo que suspeitava que era filmado durante o sono e que depois as imagens acabavam publicadas na internet, embora reconhecendo que que “nunca viu nada na internet” a seu respeito.
A acusação diz que o arguido teria uma lista de pessoas a abater. Na madrugada de 23 de Abril de 2015, pegou numa caçadeira e foi à procura dos seus ‘alvos’. O primeiro da sua ‘lista’ não se encontrava em casa, o segundo foi poupado por se encontrar acompanhado, já Jorge Filipe não teve a mesma sorte: foi morto à queima-roupa quando aguardava por transporte para o trabalho.
Carlos Manuel pôs-se em fuga. Entregou-se à GNR pouco depois.