O presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), Pimenta Marinho, sublinhou esta terça-feira, em comunicado, que nem na Unidade de Saúde Familiar de Prado nem na Unidade de Saúde Familiar Sá de Miranda, em Escariz, “foi negada a prestação de cuidados assistenciais” ao utente José Macedo.
Num esclarecimento enviado ao jornal O Vilaverdense, a ARS Norte reitera que o atendimento é precedido de inscrição. “Como tal, e como não poderia deixar de assim ser, o profissional em exercício (secretário clínico) propôs ao mesmo utente efectuar a respectiva inscrição, sendo que este determinantemente recusou fazer”, vinca.
O documento refere ainda que «existe capacidade instalada para que o programa operacional (médico e de enfermagem) esteja garantido às populações adstritas às Unidades de Saúde mencionadas».
O CASO
Este esclarecimento da ARS Norte surge depois de na passada sexta-feira um utente da extensão de saúde de Cervães ter dito ao jornal “O Vilaverdense” que as Unidades de Saúde Familiar (USF) de Prado e de Escariz «se recusaram» a fazer o curativo ao seu pai, José Macedo, de 73 anos, recentemente operado à vesícula.
“Ontem e hoje fui ao centro de saúde de Cervães e não havia enfermeira. Telefonei para Prado e disseram-me que não valia a pena lá ir. Fui a Escariz, mas recusaram-se. A única coisa que me disseram foi: “o seu pai não está aqui inscrito, portanto não fazemos o curativo”. E disseram que podia pedir o livro de reclamações. É inadmissível”, denunciou Joaquim Macedo.
Considerando que “ninguém se pode negar a prestar auxílio”, até porque “ninguém tem hora nem dia marcado para ficar doente ou para fazer curativos”, Joaquim Macedo considera que “está a ser começada uma ‘guerrinha’ para fechar a extensão de saúde de Cervães e mandar as pessoas para Prado ou para Escariz”.
Então contactados pelo jornal O Vilaverdense, os responsáveis do ACES Gerês/Cabreira negaram a recusa e lembraram que, para ter acesso aos cuidados, “o utente tem que estar inscrito”, podendo ter solicitado uma inscrição em Prado ou em Escariz já que havia vaga.
O director executivo deste ACES, Nuno Oliveira, garantiu que “existe a preocupação de que o serviço seja prestado”, mas que “o utente tem que se inscrever.
“É quase como ir à Loja do Cidadão e não querer tirar o ‘ticket’. Não negamos cuidados, mas o utente precisa de estar inscrito. Se o utente que quer os cuidados não dá os passos necessários para os ter, já não somos nós que estamos a negar”, frisou.
RRC (TP 2298)