O Centro de Investigação do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), com sede em Barcelos, está a desenvolver, no seu Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada (2AI), o projecto ‘OncoNavigatorp para encontrar soluções inovadoras para a eficiência dos tratamentos do cancro da mama.
Segundo o pró-presidente para a Investigação e Inovação do IPCA e coordenador do 2AI, esta iniciativa pretende “desenvolver uma nova solução tecnológica de navegação que combina em tempo real as imagens da ecografia mamária, com inteligência artificial e robótica médica”, para também melhorar a precisão das actuais intervenções do cancro da mama.
João Vilaça vê neste projecto uma solução inteligente que vai permitir diagnósticos mais rápidos e que vai facilitar a identificação de possíveis lesões, reduzindo o erro no diagnóstico.
“Este é um projecto multidisciplinar que visa dar resposta ao diagnóstico e à intervenção através da biópsia do cancro da mama. Conseguimos criar uma espécie de reconstrução tridimensional onde caracterizamos a lesão, até agora muitas vezes avaliada de forma bidimensional, e criamos sistemas e dispositivos aumentados apoiados por robôs (ou não)”, referiu.
O coordenador do 2AI explicou que “estes sistemas, de alguma forma, criam ao médico uma espécie de superpoder que vai permitir chegar à lesão de uma forma mais precisa e objectiva naquilo que é a sua caracterização e diagnóstico”.
O projecto é liderado por João Vilaça e possui uma equipa multidisciplinar de 12 investigadores e 10 bolseiros de investigação, incluindo clínicos.
A equipa alia a base tecnológica, o design, e também o estudo das dimensões económicas do projeto no que toca ao potencial de valorização das tecnologias a desenvolver durante projeto.
Refira-se que o primeiro protótipo da solução robótica será apresentado na feira MEDICA (Dusseldorf, na Alemanha) durante o mês de Novembro. Seguidamente, serão realizados um conjunto de testes em laboratório para validação técnica de toda a solução desenvolvida.
De recordar que o cancro da mama é o tipo de cancro mais comum a nível mundial e, em Portugal, anualmente, são detectados cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama, e 1.800 mulheres morrem com esta doença no nosso país.