A defesa de Armando Pereira repudiou esta terça-feira o “ataque generalizado em Portugal” ao co-fundador da Altice por causa do processo ‘Operação Picoas’, no qual o Ministério Público (MP) investiga alegados crimes de corrupção, fraude fiscal, branqueamento e falsificação.
“A comunicação em torno desta operação foi feita de tal forma que levou a que tenha sido imediatamente considerado culpado na opinião pública. Chegou, portanto, a hora de a defesa demonstrar que a realidade não é tão simples e que é muito diferente do que tem sido veiculado”, referiram os advogados Pedro Marinho Falcão, Manuel Magalhães e Silva e Jean Tamalet, numa nota enviada à Lusa.
Sublinhando que a investigação “será longa e minuciosa”, a defesa do co-fundador da Altice manifestou a sua expectativa pelo “cabal esclarecimento dos factos e apuramento de respectiva responsabilidade” neste processo, que tem ainda como arguidos Hernâni Vaz Antunes (considerado ‘braço direito’ de Armando Pereira), o economista Álvaro Gil Loureiro e Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes e alegada ‘testa de ferro’ de várias sociedades.
Armando Pereira deverá começar a ser interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal, na quarta-feira, com a defesa a assegurar “total espírito de cooperação” do co-fundador da Altice e que “tudo fará para ajudar as autoridades judiciais”.
De acordo com o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do MP, a operação desencadeada em 13 de Julho, que levou a três detenções, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país. Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, mas tal ocorreu apenas no dia 15, após entregar-se às autoridades.