O deputado José Manuel Coelho voltou a fazer das suas. Esta sexta-feira na sessão solene do Dia da Região e das Comunidades desfraldou uma bandeira do auto-proclamado Estado Islâmico (EI). O Presidente da República assistiu.
Recorde-se que José Manuel Coelho, já protagonizou outros momentos insólitos no parlamento da Madeira, tendo desfraldado uma bandeira nazi, despido a roupa ou usado um relógio de cozinha ao peito, entre outros. Para fazer valer os seus argumentos, valeu-se desta vez da bandeira do Daesh ou EI, grupo terrorista que tem espalhado a morte na Síria, Iraque, nos Estados Unidos e Europa, como aconteceu esta semana no atentado no aeroporto de Istambul (Turquia) que provocou cerca de 40 mostos e muitas dezenas de feridos
“Exercendo o meu direito à resistência e à denúncia, e na defesa da liberdade e dos direitos cívicos do meu povo, vou usar esta bandeira do Estado Islâmico, como um grito de alerta, como uma chamada de atenção para o estado calamitoso do Ministério Público e dos tribunais no nosso país”, proclamou o deputado do Partido Trabalhista Português (PTP) envergado a bandeira do EI perante Marcelo Rebelo de Sousa.
Coelho declarou, ainda, que a “autonomia foi tomada de assalto pelo PSD num longo reinado de 37 anos: foram anos de muitas obras públicas, mas também de muita corrupção”. José Manuel Coelho considerou, por outro lado, que a justiça na Madeira “é uma farsa e não há liberdade de expressão”.
Protestando pelo facto de ter sido condenado em vários processos judiciais pelos crimes de difamação, que têm resultado em penhoras do seu vencimento, o deputado argumentou: “Se o Presidente angolano tivesse processado o activista Luaty Beirão por calúnia e difamação e retirado todos os seus bens em vez de prendê-lo, com certeza não tinha sido alvo da censura da comunidade internacional”.
O deputado madeirense apelou a Marcelo Rebelo de Sousa que “use a sua magistratura de influência” para “libertar destes juízes fundamentalistas, jiadistas camuflados, que oprimem e levam o país rumo ao obscurantismo”. O episódio não foi mencionado durante o resto da sessão.
FG (CP 1200) com TSF