A maioria dos clientes das grandes empresas de têxteis-lar do Vale do Ave, na Europa e nos Estados Unidos, exigem que os produtos tenham a etiqueta ‘made in Portugal’, já que os consumidores lhe associam uma imagem de qualidade e inovação, e de responsabilidade social e ambiental.
A constatação foi feita, “com orgulho” pelos deputados do PSD na Assembleia da República. A comitiva liderada por Jorge Moreira da Silva, integrava ainda Fernando Negrão, Clara Marques Mendes, Emídio Guerreiro, Jorge Paulo Oliveira e Joel Sá, todos eleitos pelo círculo de Braga que visitaram três empresas têxteis de referência no país, Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, SA. (Vizela), Lameirinho – Indústria Têxtil, SA (Guimarães), e à Riopele (Famalicão).
O coordenador dos parlamentares, Jorge Paulo Oliveira adiantou que, na sequência da deslocação, os deputados vão estudar um dos temas mais focados pelos gestores: os critérios que definem uma PME.
Jorge Paulo Oliveira frisou que “estes critérios são absolutamente determinantes para o acesso a programas de apoio europeus aos mais variados níveis, desde financiamento da investigação, competitividade e financiamento da inovação, mas também programas de apoio nacionais à internacionalização das empresas” critérios estes que os gestores contactados consideram desajustados à realidade do país e do setor.
“Embora se trate de empresas que exportam 90 por cento da sua produção, a metodologia de classificação distorce a obtenção de fundos dirigidos à conquista nos mercados internacionais”, frisou.
O contacto com os empresários vai, ainda, servir para que os deputados por Braga avaliem matérias de natureza fiscal relevadas pelos gestores – e com efeitos negativos na exportação – que poderão vir a ser alvo de iniciativas legislativas.
Jorge Paulo Oliveira salientou que se trata de fábricas que “não estão à espera do Estado” para competirem no mercado global, já que souberam reconverter-se, e tiveram a capacidade de abandonar o têxtil tradicional, adaptando-se à nova realidade do setor, apostando em tecnologia de ponta, investigação, inovação e design”.
Em comum – frisou – têm a forte tradição do setor dos têxteis, a perenidade de empresas assente na resiliência, capacidade de gestão e liderança forte de quem conduz os seus destinos.
4,8 MILHÕES EXPORTADOS
Em Portugal, as exportações têxteis e de vestuário registaram, em 2015, um crescimento de 5% face ao ano anterior, tendo alcançado os
4.836 milhões de euros. Com base nos dados do INE, este foi o melhor dos últimos 12 anos para a exportação nesta indústria, com o saldo da balança comercial do sector a ultrapassar os mil milhões de euros.
Por produtos, em 2015 registaram-se crescimentos assinaláveis nas exportações de vestuário (mais 4%, correspondente a um aumento de 103 milhões de euros), de matérias têxteis (com uma taxa de crescimento de 5% e um acréscimo de 64 milhões de euros) e de têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados (taxa de crescimento de 7% e um acréscimo de 49 milhões de euros.
Em termos de matérias-têxteis, o grande destaque vai para o comportamento das exportações de têxteis técnicos, onde se verificou um crescimento de 10%, o que confirma uma tendência de diversificação industrial no sector.
Luís Moreira (CP 8078)