As autoridades venezuelanas detiveram um homem e procuram outros 11 membros do perigoso grupo criminoso ‘Tren de Arágua’, envolvidos no recente sequestro de um comerciante português em Puerto Cabelo, 210 quilómetros a oeste de Caracas, na Venezuela.
A detenção, segundo fontes policiais, foi realizada por funcionários do Comando Nacional Anti-extorsão e Sequestro, durante uma operação stop na auto-estrada que liga Puerto Cabello à vizinha cidade de Valência (estado de Carabobo).
O detido foi identificado como Delvis Rafael Parra Ybarra, e circulava a bordo de uma viatura Toyota Corola, na posse de uma pistola Glock de nove milímetros e 100 cartuchos usados em fuzis.
Segundo a imprensa local, o detido é funcionário de um organismo policial venezuelano e na viatura foram ainda encontrados dois telemóveis, uma balaclava, dois coletes à prova de bala, um cartão de identificação da Polícia Municipal de Naguanágua (Carabobo) e vestuário militar.
As autoridades procuram ainda 11 integrantes do ‘Tren de Arágua’, conhecidos como El Santanita, El Coty, Patón, Gallito, Yorleny Mavares, Alejo, Capitán, La Fresa, Orlandito, El Manco e Junior El Enano, envolvidos no sequestro.
O comerciante português António José Gómes Macedo, de 56 anos, conhecido localmente como ‘Jóvito’, foi sequestrado por seis homens fortemente armados em 3 de Setembro, que entraram no estabelecimento comercial Bodegón Norte, do qual é proprietário, em Puerto Cabello.
Conforme o PressMinho noticiou, o sequestro ocorreu pouco depois das 11h00 locais (16h00 em Lisboa) e as autoridades venezuelanas iniciaram então uma “operação especial, por mar e por terra” para o localizar, disseram fontes policiais à Lusa.
Os raptores entraram vestidos com farda militar e saíram sem efectuar qualquer disparo, acção que ficou registada nas câmaras de segurança do estabelecimento comercial.
O comerciante português, segundo o vice-ministro venezuelano do Sistema Integrado de Polícia (Visipol), Élio Estrada, foi depois abandonado pelos raptores em 6 de Setembro, numa estrada do estado de Falcón, nas proximidades de Tucacas, pouco depois das 03h30 locais.
Segundo as autoridades, a libertação do comerciante, deveu-se “à rápida actuação de todos os organismos de segurança”.
“Foi feito um cerco e esse mecanismo de pressão policial levou à sua libertação”, explicou o vice-ministro do Visipol.
Empresário da área de panificação e lojas de ferragens, António José Gómes Macedo, tentou, sem sucesso, escapar dos raptores, que o obrigaram a subir para a carrinha, partindo em direcção às praias de Gañango, onde terá sido levado para uma lancha.
A situação estava a ser acompanhada pelo Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disse à Lusa fonte oficial.