O director do Museu da Presidência foi detido esta quinta-feira por suspeita de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder, segundo a PGR. Diogo Gaspar foi condecorado por Jorge Sampaio e Cavaco Silva.
De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral da República (OGR), Diogo Gaspar foi detido no âmbito de um inquérito em investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, que teve início em Abril de 2015 e envolve, actualmente, diversas buscas domiciliárias e não domiciliárias na zona da Grande Lisboa e em Portalegre.
No comunicado, a PGR indica que está a ser investigado, por exemplo, o uso de recursos do Estado para fins particulares e a apropriação de bens imóveis públicos. Estão também a ser investigadas suspeitas de favorecimento de interesses particulares e empresas para obtenção de contrapartidas e vantagens económicas.
Segundo a PGR, no decurso das diligências em vários locais, como a Secretaria-geral e o Museu da Presidência da República, foi detido o director do museu, que será presente ao juiz de Instrução Criminal, embora ainda não seja conhecida a data desse primeiro interrogatório judicial.
Por sua vez, a PJ informa que diversos bens culturais e artísticos alegadamente “descaminhados de instituições públicas” foram esta quarta-feira apreendidos pela Polícia Judiciária na operação Cavaleiro que levou à detenção de Diogo Gaspar.
A operação Cavaleiro foi dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e envolveu magistrados, inspectores e peritos da Polícia Judiciária.
Diogo Gaspar dirige o Museu da Presidência desde 2001, era então Presidente da República Jorge Sampaio. Em Fevereiro último, Diogo Gaspar foi condecorado pelo ex-Presidente da República Cavaco Silva com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago.
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu à noticia, afirmando que “é muito importante” para os portugueses que “todas as instituições sejam exemplares” e que, tratando-se, ou não, de uma situação que teve lugar no passado, deve ser investigada.
“Embora [Diogo Gaspar]] não tendo sido uma escolha minha, eu espero que possa provar a inocência, mas o que é facto é que os portugueses esperam que, na presidência da República tal como em todas as instituições, a justiça se aplique sem discriminação”, acrescentou o chefe de Estado. E concluiu: “Não há justiça de primeira nem de segunda, o que tem de ser aplicado é aplicado”.
FG (CP 1200) com TSF e DD