A época mais crítica em incêndios florestais começa esta sexta-feira, com um total de 9.708 operacionais, 2.235 equipas, 2.043 viaturas e 47 meios aéreos, um dispositivo idêntico ao de 2015.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, garante que o dispositivo operacional de combate a incêndios está “em potência máxima”, mostrando-se confiante da operacionalidade dos meios técnicos e humanos no terreno.
Constança Urbano de Sousa falava à imprensa na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide (Oeiras), onde presidia à reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), que assinalou o início da fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) 2016.
A ministra sublinhou, porém, que a meteorologia e o comportamento humano constituem dois factores “imponderáveis” no que respeita aos incidentes, ainda que o primeiro seja mais previsível.
Aludiu, a propósito que a meteorologia ainda pode ajudar, como aconteceu com a fase que terminou na quinta-feira (Bravo) enquanto o comportamento cívico “depende dos cidadãos”, estando, por isso, nas mãos das pessoas evitarem, cada vez mais, comportamentos de risco.
O dispositivo de combates a incêndios florestais está orçado em mais de 70 milhões de euros, sendo idêntico em recursos humanos e técnicos ao do ano passado, segundo o Ministério da Administração Interna (MAI).
Este ano vai ser testado em 18 corporações de bombeiros, uma por distrito, o sistema de georreferenciação nas viaturas operacionais com recurso à ‘rede Siresp’ (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), permitindo conhecer todas as suas movimentações durante o combate aos fogos.
Tanto para o MAI, como para a ANPC, o grande objetivo do DECIF continua a ser a segurança das forças envolvidas no combate.
A época mais crítica em incêndios florestais começa com o valor mais baixo dos últimos dez anos no número de fogos, tendo-se verificado, entre 1 de janeiro e 29 de junho, cerca de 1.800 ocorrências, segundo o comandante nacional operacional, José Manuel Moura.
José Manuel Moura frisou que o “grande enfoque” consiste na “redução do número de ignições”, o que implica um “envolvimento dos cidadãos”. Porque o risco das condições meteorológicas adversas “não pode ser eliminado, mas pode ser mitigado, o mesmo não acontecendo ao comportamento humano que é totalmente imprevisível”.
Questionado sobre os três helicopteros Kamov inoperacionais, José Manuel Moura disse contar apenas com os 47 meios aéreos existentes, entre os quais outros três Kamov que estão operacionais, apelando às pessoas para respeitarem as recomendações da ANPC de modo a que continuar a diminuir os incêndios causados por comportamentos negligentes.
Fonte: TSF
Foto: Paulo Jorge Magalhães