O secretário-geral do Eixo Atlântico defendeu esta segunda-feira que o novo Governo português deve avançar com o processo de regionalização, para que o Norte de Portugal não continue numa relação assimétrica com a Galiza.
“A assimetria existente é muito complexa, na medida em que o Norte não tem competências claras”, assinalou Xoan Mao, secretário-geral daquela entidade que reúne e promove a cooperação de municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
Dois dias antes da tomada de posse do XXIII Governo Constitucional português, o secretário-geral apelou a que o novo executivo “avance na regionalização, para que o Norte não tenha uma relação assimétrica com a Galiza”.
Considerando que, actualmente, o diálogo existente entre as duas regiões “é puro marketing”, porque as estruturas conjuntas que existem “não têm gestão”, mas “só fotos”, Xoan Mao acredita que enquanto o Norte “não tiver um presidente eleito pelos cidadãos, essa assimetria vai existir”.
“E na hora de concretizar resultados, podes falar de muitas coisas com o Norte, mas tens que resolvê-las todas com Lisboa”, lamentou o secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, uma associação fundada em Qbril de 1992 que congrega actualmente 39 municípios do Norte de Portugal (19), entre eles Braga, Barcelos, Famalicão, Viana do Castelo e Guimarães e da Galiza (20),
Ao novo Governo, pede ainda que “tenha um diálogo fluído com as câmaras municipais, que são as que fazem o relacionamento diário com a Galiza”, e que “na, distribuição dos fundos europeus, também se conte com as câmaras municipais do Norte”.
Para que a eurorregião seja algo que “se materialize nas políticas”, e não só “num conjunto de festas, comícios, declarações e fotos”, Xoan Mao defende ainda que “Espanha tem que levar a sério Portugal”.
“Tem que haver uma concertação no âmbito dos empresários, uma concertação de âmbito portuário para criar um grande sistema desde Sines até Ferrol que possa competir com outros europeus”, defendeu.
Para além disso, acrescentou, “é muito importante começar a criar estruturas conjuntas consolidadas no âmbito dos parques empresariais e de logística, para acabar com a velha política de que uns competem com outros”.