O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) reuniu com a Associação de Estudantes de Medicina (ANEM) e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, numa jornada em que teve o ensino superior e a saúde como temas.
No encontro com a ANEM, Bruno Maia, também médico, foram abordados diversos temas, nomeadamente a Prova Nacional de Acesso, a remuneração dos formadores do ciclo clínico, os transportes e a alimentação dos estudantes deslocados para fazerem estágio e o estatuto do estudante de saúde.
O bloquista, que se fez acompanhar por Teresa Garcia, candidata pelo Porto, afirmou que a “prioridade é a qualidade da formação dos estudantes, sendo necessário para isso contratar mais médicos especialistas para o SNS, valorizar a docência na carreira médica e atribuir remunerações adequadas a essa função”.
Bruno Maia salientou “o excelente trabalho dos estudantes de medicina na garantia de equidade e não discriminação nos cuidados de saúde, que infelizmente não é acompanhado, com o mesmo empenho, pela Ordem dos Médicos”.
Sobre o ensino superior, considerou que “subfinanciamento crónico” se reflecte “em parcas condições de ensino no curso de medicina, com excesso de estudantes por formador e infra-estruturas insuficientes para os actuais alunos”.
ENFERMEIRO DE FAMÍLIA
Na reunião com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o número 1 do Bloco por Braga, considerou “crucial” a dignificação das suas carreiras e trabalho “a bem do SNS e dos utentes”.
Referindo que em Portugal, há 7,4 enfermeiros por mil habitantes, enquanto a média europeia é de 8,5, o candidato bloquista disse que o SNS tem falta de 10 mil enfermeiros.
“A carreira dos enfermeiros tem sido sistematicamente desprezada. Os salários baixos, as quotas na avaliação, o torniquete das vagas para progressão, a falta de reconhecimento dos especialistas são algumas das causas que têm levado tantos e tantas enfermeiros a emigrar ou a abandonar a profissão”, disse.
“O SNS precisa deles, o país formou-os, no entanto, estamos com dificuldades em segurá-los. Queremos subir os salários dos enfermeiros, oferecer exclusividade majorada e acabar com as quotas na avaliação e na progressão”, assegurou o candidato bloquista.
O BE defende ainda que seja estabelecido “um enfermeiro de referência para cada família, medida que deve ser acompanhada da revisão do quadro de competências e atribuições destes profissionais, permitindo libertar médicos de família de algumas funções que os enfermeiros podem e têm capacidade para desempenhar”, concluiu Bruno Maia, que se fez acompanhar por Alexandra Vieira e João Carlos Macedo, enfermeiro e professor de enfermagem.
Fernando Gualtieri (CP7889)