“O cenário é terceiro-mundista. Tínhamos consciência dos problemas e das carências, mas a gravidade é bem maior. Quando se tem que fechar secretarias e portas do tribunal, para que o único funcionário disponível possa apoiar o juiz e viabilizar a realização de julgamento, percebe-se a gravidade da situação”, denunciou o cabeça-de-lista da Aliança Democrática (AD), partilhando as preocupações dos administradores judiciais.
O atraso na marcação de julgamentos “já está pior do que no período da pandemia covid-19, quando os processos tiveram de parar. Depois de um período de recuperação, as taxas de dilação voltaram a disparar. O atraso já é maior do que na pandemia” – conforme as informações prestadas no tribunal.
Hugo Soares classificou de “assustadoras” a falta de recursos humanos e “a incapacidade do Estado no recrutamento de profissionais, a juntar à degradação dos edifícios e situação obsoleta dos equipamentos e meios de trabalho”.
Como exemplos, apontou que “há falta de recursos como digitalizadores e de espaço, as impressoras têm 30 anos. Os profissionais estão extremamente exaustos – como acontece em muitos outros sectores e que tem levado à sucessão de protestos e greves”.