A embaixadora dos Estados Unidos da América em Portugal, Randi Charno Levine, alertou esta quarta-feira para o que considera ser o aumento do anti-semitismo na Europa, e também em Portugal, defendendo o diálogo entre diferentes comunidades.
“O crescimento do anti-semitismo na Europa deve ser um sinal de alerta para toda a gente e, infelizmente, acho que aconteceu muito rapidamente”, disse esta quarta-feira Levine, na Covilhã, depois de sublinhar que “a desestabilização no Médio Oriente é uma preocupação para toda a gente”.
Em visita a Belmonte e à Covilhã, a diplomata apresentou-se como “uma mulher judia americana”, que sente que também em Portugal existem comportamentos hostis contra pessoas de origem judaica, em certos casos “um discurso negativo, de ódio”.
Levine deslocou-se a Belmonte – onde se concentra uma comunidade judaica e visitou o Museu Judaico e a sinagoga da vila, acompanhada do rabino local – e depois à Covilhã, onde também existe a zona da antiga judiaria e quis conhecer a história dos lanifícios.
“Seguir a história dos judeus em Portugal é importante para mim, particularmente agora, por causa do crescimento do anti-semitismo global, incluindo na Europa”, frisou Levine.
A diplomata enfatizou que, desde que desempenha funções em Portugal, tem promovido a interacção com representantes de diferentes religiões e salientou que é importante essa comunicação com outros elementos da comunidade.
“Eu sou uma mulher judia, tenho muito orgulho das minhas origens. Cheguei aqui, participei, organizei diálogos inter-religiosos em minha casa, convidei pessoas da comunidade indiana, da comunidade muçulmana e acho que não deve ser com receio que combatemos o discurso de ódio”, vincou a diplomata.
Na Câmara da Covilhã, onde foi recebida pelo presidente, Vítor Pereira, a embaixadora destacou a “ponte entre o antigo e o moderno” que encontrou nas duas localidades que visitou e que lhe permitem “aprender mais sobre a história”.
“É maravilhoso para mim ver que há quem preserve a história dos judeus, da marca que deixaram em Portugal e honrem essa história”, enalteceu Randi Charno Levine.