Tem uma resistência de ferro. E não vira a cara à luta, mesmo depois de caluniado na praça pública. É assim que os amigos definem o empresário António B., de Braga, de 62 anos, com uma empresa em laboração em Vila Verde, que está acusado de dois crimes sexuais: um, em 2015 de violar uma filha, hoje, com 29. Agora, em 2016, foi acusado pelo Ministério Público, por denúncia da filha à PJ – a mãe da menina – de abusar sexualmente de uma neta, actualmente com 12 anos.
Fonte ligada ao processo garantiu ao PressMinho que a menina já disse na escola que mentiu sobre o avô, a pedido da mãe. A queixa está em fase de instrução e essa versão da criança já foi junta aos autos. A progenitora parece sofrer de desequilíbrios comportamentais ligados ao álcool, dizem fontes próximas da família.
O empresário tem vindo a garantir que foi tudo inventado pela filha, de nome Patrícia, residente em Barcelos, depois de o pai a ter despedido da empresa, onde a empregou para a ajudar. Criava mau ambiente conflitos constantes.
Conforme o PressMinho adiantou em 2015, o homem de negócios já havia sido pronunciado no Tribunal de Braga por violação da filha, a mãe da neta. Mas recorreu para o Tribunal da Relação de Guimarães, dizendo-se totalmente inocente e alegando que a filha o tentou chantagear em 700 mil euros. Recurso que a Relação ainda não decidiu.
O JN de hoje refere que a defesa, a cargo do advogado Paulo Monteiro, já entregou ao juiz de instrução, um texto, no qual a menor diz, em contexto escolar e num trabalho intitulado ‘Qual foi o pior dia da tua vida’, que o pior dia da sua ainda curta existência foi aquele em que “disse uma mentira grave sobre o avô”. Terá explicado, a seguir, que mentiu a pedido expresso da mãe, a filha do empresário, que a “treinou” para o efeito.
Os abusos, que teriam ocorrido nos últimos três anos, teriam sido apenas de toques com a mão. O que o acusado nega, com veemência.
Para além da declaração da criança na escola, a defesa entregou, também, um relatório de psicólogos da UMinho, o qual, embora não conclusivo, põe em dúvida a validade do depoimento da menina, que serve de base à acusação.