A Audiência Nacional espanhola está a investigar um caso de suspeita de corrupção de um ex-embaixador na Venezuela que, segundo várias informações, poderia envolver o ex-dirigente socialista português António Vitorino.
Contactado pela Lusa na segunda-feira, o agora director-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, reiterou o teor da declaração que fez em Janeiro, quando refutou “veementemente as insinuações” que o envolvem neste caso.
A polícia espanhola deteve em Maio passado quatro pessoas no quadro de uma investigação ao ex-embaixador da Espanha na Venezuela Raul Morodo, suspeito de lavagem de capitais relacionados com a empresa estatal Petróleos da Venezuela.
Como a Lusa noticiou na altura, um dos detidos pelo departamento de luta contra a criminalidade económica e fiscal (UDEF) foi Alejo Morodo, filho do ex-embaixador.
A investigação tinha sido iniciada a partir de uma denúncia do gabinete do procurador-geral contra a corrupção que quantificou em 4,5 milhões de euros o dinheiro cobrado de forma irregular à petrolífera venezuelana por Raul Morodo.
A publicação digital espanhola OK Diário publicou uma notícia no último domingo a revelar que o ex-embaixador espanhol na Venezuela e o filho “fizeram vários pagamentos no total de 325.200 euros a um político socialista e ex-ministro da Defesa português, António Vitorino, depois de receberem 4,4 milhões de euros da companhia petrolífera estatal PDVSA, que na época era controlada pelo governo de Hugo Chávez.
Nos relatórios ao juiz Santiago Pedraz da Audiência Nacional, a UDEF “indica que estes pagamentos poderiam ter sido realizados pelo facto de tanto os Morodos como o socialista Vitorino terem mediado a conclusão de um negócio, pelo qual a empresa portuguesa Galp se comprometia a construir quatro parques eólicos na Venezuela e a comprar petróleo bruto da petroleira PDVSA”.
Redacção com TVI24