O Governo espanhol excluiu este sábado a possibilidade de reintroduzir portagens na rede estatal de auto-estradas, afirmando que pretende privilegiar um “modelo de financiamento” que não penalize os automobilistas que utilizam as vias.
“O Governo afasta qualquer possibilidade de tomar medidas para alargar ou modificar o sistema de pagamento por utilização nas auto-estradas, vias rápidas ou estradas convencionais do Estado”, afirma o Ministério dos Transportes em comunicado.
O executivo, a quem foi pedida a transposição de uma directiva europeia sobre o financiamento das redes rodoviárias, quer manter a abolição das portagens, que proporciona “poupanças anuais de 1,4 mil milhões de euros” aos cidadãos, acrescenta o comunicado.
Desde que chegou ao poder em 2018, o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez decidiu não prorrogar as concessões e abolir as portagens, a fim de combater as disparidades regionais na rede rodoviária espanhola.
No âmbito desta medida, quase mil quilómetros de auto-estrada foram tornados gratuitos, incluindo a auto-estrada AP-7 entre a fronteira com França e Barcelona, uma rota popular para os turistas europeus, que voltou a ser propriedade do Estado espanhol em 2021, de acordo com o ministério.
No entanto, a abolição das portagens, que significaria que todos os contribuintes pagariam a manutenção das auto-estradas, suscitou um amplo debate no país devido ao seu impacto nas finanças públicas.