Os especialistas avisam que a situação nos hospitais vai ficar mais caótica durante o Inverno, devido aos casos de gripes. O número de doentes com infecções respiratórias a chegar às urgências duplicou nas últimas três semanas.
Milhares de doentes vão desaguar nas urgências centrais porque muitos centros de saúde não funcionam. Esta pressão já começa a sentir-se no hospital de São João, no Porto.
Ouvido pela SIC, o responsável pelas urgências do hospital, Nelson Pereira, pede medidas urgentes e defende a regulação do acesso às urgências.
Afirma ainda que os serviços de urgência “não podem ser uma manta de retalhos” e que é necessário qualificar os profissionais.
Os números do hospital São João mostram que em 550 doentes atendidos, 200 são falsas urgências. Além de que 75% dos casos não estão referenciados pelas entidades de saúde competentes.
O diagnóstico das urgências está a ser feito no congresso da Sociedade Europeia de Medicina de Emergência.
CENTRO EUROPEU DE DOENÇAS EMITE ALERTA
Os especialistas defendem que seja feito o reconhecimento da especialidade de médico da urgência e a regulação das equipas de profissionais.
Entretanto, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para que a época da gripe pode ser mais severa este ano, sobretudo para os mais velhos.
Em comunicado, o ECDC explica que apesar de o número de casos identificados se manter, para já, baixo na maioria dos países da União Europeia, a circulação do vírus da gripe já está acima do limite sazonal na Croácia, “o que é extremamente precoce”.
A principal variante detectada ente os casos registados no último mês é influenza A (H3N2), que, segundo o ECDC, afecta desproporcionalmente os idosos e está associado a uma menor eficácia da vacina.
Sem conseguir prever com exactidão como será a próxima época gripal, o especialista Pasi Penttinen, do ECDC, sublinha a necessidade de tomar as precauções necessárias de forma a proteger os mais vulneráveis.
“Um aumento acentuado nas infecções de gripe durante a pandemia de covid-19 pode ter consequências graves para os idosos e aqueles com sistema imunológico fraco e pode representar uma carga adicional para os sistemas de saúde já afectados pela pandemia”, alertou, citado em comunicado.