A Câmara de Braga despendeu, entre finais de 2013 e 2021, 49, 1 milhões de euros no pagamento da obra do novo estádio municipal, entre amortizações de empréstimos, pagamento de juros, reparação de ancoragens, pagamento de sentenças judiciais e obras de manutenção.
A curto prazo, – diz o seu presidente Ricardo Rio no Facebook – deve ser esclarecido o desenlace de dois outros processos judiciais, que importam em mais 15 milhões de Euros para os cofres municipais.
O maior investimento deste Executivo foi numa obra que “não serve para os adeptos e é um entrave para o crescimento do Braga, porque não foi construído para a vertente desportiva e para a emoção do que é um jogo de futebol. O estádio foi construído para ganhar prémios de arquitectura”, como bem disse recentemente o Presidente do Sporting Clube de Braga, António Salvador.
E acrescenta o autarca: “como nota de curiosidade final, o valor investido neste período no Estádio corresponde a mais do que a soma do custo de todas as outras obras, (Mercado Municipal, reabilitação do Parque de Exposições (hoje Altice Fórum Braga) e qualificação de espaços públicos e de lazer, consumada ou em curso, nos Parques da Rodovia, do Picoto, das Sete Fontes)… Englobam, ainda, a conservação do essencial, nas vias rodoviárias, nos equipamentos escolares, ou na dotação/recuperação de equipamentos públicos, como a Pousada da Juventude ou o Quartel dos Bombeiros, além de projectos específicos na sua proximidade.
Rio anota, ainda, que o segundo maior investimento dos seus dois mandatos foi o pagamento das obras da SGEB (com cerca de 45 milhões de euros).
“Números que entristecem, à prova de qualquer Polígrafo”, afirma a concluir.
SC BRAGA QUER 1.º DE MAIO
Recorde-se que o Sporting de Braga quer reconstruir o estádio 1.º de Maio tendo apresentado, em Dezembro, um projecto “de terceira geração” de 60 milhões à Câmara com direito de cedência por 80 anos.
Ao que o PressMinho/O Vilaverdense soube, Ricardo Rio respondeu que, dado que a estrutura, inaugurada em 1950 no Estado Novo, está classificada como monumento nacional, qualquer alteração tem de ser autorizada pelas entidades estatais que gerem o património.
Outra fonte salientou que a ideia do clube passa pela manutenção da fachada, mas implica o derrube das bancadas de pedra e a construção de uma cobertura, o que seria uma alteração estrutural que colide com o monumento: “o SC Braga que fale com o Ministério da Cultura e se este aprovar, estuda-se o projecto”, disse.
A mesma fonte salientou que a anterior Câmara, liderada por Mesquita Machado, investiu quase 200 milhões – “um desperdício de dinheiro” – a pensar na participação no campeonato europeu de 2004, e para uso do maior clube da cidade: “se passasse a jogar no 1.º de Maio, ficaria ali um mamarracho caríssimo às moscas”, frisou, salientando que a solução passa por melhorar alguns aspectos do novo estádio.
Luís Moreira (CP 7839 A)