Sete milhões de pessoas vivem actualmente em regiões controladas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e “é impossível ter acesso aos cerca de 55 mil civis que estão na cidade iraquiana de Falluja”, denunciou esta terça-feira a ONG Norwegian Refugees Council (NRC).
O secretário-geral do NRC, Jan Egeland, lembrou durante a Cimeira Humanitária Mundial realizada em Istambul, que a situação dos refugiados é dramática, mas considerou que ainda é mais preocupante o destino daqueles a quem as organizações internacionais nem sequer têm acesso.
“Actualmente há 55 mil civis presos no fogo cruzado na cidade iraquiana de Falluja, dominada pelo Estado Islâmico que combate contra as forças iraquianas, e é impossível chegar a eles”, disse o responsável de uma das maiores ONGs do mundo dedicada aos refugiados.
No total, sete milhões de pessoas vivem em regiões sob controlo do grupo terrorista Estado Islâmico, e é 2muito, muito difícil2 negociar com a milícia jihadista para que abra vias humanitárias, disse o diplomata norueguês.
Várias organizações denunciaram na cimeira de dois dias as frequentes violações da lei humanitária, como os bombardeamentos a hospitais e a ocupação de escolas por grupos armados, em flagrante violação da Convenção de Genebra.
“Não é preciso ser um cientista para ver que aviões bombardearam um hospital”, disse Egeland.
“Foi divulgada uma ideia de que ´o médico do meu inimigo é meu inimigo`. Não! O médico do meu inimigo está a fazer o seu trabalho”, salientou.
A Cruz Vermelha também pediu hoje respeito à Convenção de Genebra.
“É preciso fechar a perigosa lacuna entre o discurso e a prática, e pôr fim à ruptura do consenso em relação à lei”, opinou o presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer.
A primeira Cimeira Humanitária Mundial da ONU conta com a participação de delegações de 180 países, entre os quais 65 chefes de Estado ou de governo.
Fonte: Diário Digital