Uma dezena de populares da Freguesia de Souto foram, esta quinta-feira, à reunião de Câmara pedir mais esclarecimentos sobre a alegada construção de uma ETAR naquela freguesia. Os populares ficaram alarmadas com a vinda a público da intenção da empresa Águas do Norte de avançar com a construção daquela infra-estrutura, junto a uma zona ribeirinha, e dos possíveis maus-cheiros que possam provocar.
Numa coisa todos os cinco elementos do executivo estão de acordo: são contra a construção da ETAR em Souto. O presidente da Câmara foi o primeiro a tomar a palavra para explicar que o processo vem do executivo anterior: “em 2016, a empresa Águas do Norte expropriou um terreno na Freguesia de Souto com a intenção, segundo eles nos informaram, de construir uma estação elevatória e ao lado uma ETAR”.
Manuel Tibo revelou, ainda, que “para já, não há processo nenhum na Câmara nem nenhuma informação oficial”, lembrando que “legalmente, a empresa não precisa de autorização camarária para construir”.
Tibo garantiu estar “disponível para fazer todos os esforços e ajudar a deslocar a ETAR para outro lado”. Para o autarca, a função de um executivo “é resolver os problemas das pessoas e nós estamos aqui para isso. O saneamento é uma das nossas maiores preocupações e queremos dar passos significativos para resolver este assunto” e “se possível”, sem a ETAR em Souto.
O vereador do PS, Luís Teixeira, assumiu que “é um erro construir a ETAR em Souto porque vai diminuir a qualidade de vida das populações”. A empresa Águas do Norte deve “cumprir o caderno de encargos que prevê ligações directas para a ETAR de Cabanelas que já foi construída para aguentar com o saneamento dos três municípios”.
Numa primeira fase, Luís Teixeira disse que “desconhecia” as intenções da empresa em construir uma ETAR em Souto e revelou que ia fazer uma proposta onde é dito que não aceita qualquer ETAR em Souto e que o fim deve ser a ETAR de Cabanelas.
“Prefiro que demore 10 anos a construção de uma nova do que prejudique a população por 50 anos”.
Confrontado pelo vice-presidente, Adelino Cunha, com o facto de ter sido vereador das Águas e Saneamento no anterior executivo e por isso, não poder desconhecer as intenções da empresa, Luís Teixeira voltou um pouco atrás no discurso e revelou que “houve uma reunião com três responsáveis da Águas do Norte onde estava o Dr. Cracel e eu. Nessa reunião foi falada da necessidade de construir uma ETAR, primeiro na Balança e depois em Souto, mas eu manifestei-me contra logo nessa altura”.
Pedro Antunes Pereira (CP 5930 A)