Alguns advogados de defesa reclamaram, esta segunda-feira, no Tribunal de Braga a nulidade do processo de alegada corrupção no antigo centro de exames de Vila Verde da ANIECA- Associação Nacional Dos Industriais do sector, alegando que a PJ e o instrutor que denunciou o caso fizeram ‘uma acção descoberta’ sem autorização judicial.
António Fontes contou ao Tribunal que a PJ de Braga seguiu, em directo, através de três microfones escondidos, um jantar em Fafe entre o empresário minhoto, que denunciou o suposto esquema de corrupção no antigo centro de exames, e dois examinadores, Joaquim Oliveira e José Cancela.
António Fontes relatou, ainda que a Polícia lhe colocou os microfones na roupa para escutar as propostas de corrupção através de ajudas a alunos nos exames de condução.
“Pediram-me 100 euros por cada aluno normal e 150 pelos menos bem preparados”, afirmou perante o colectivo de juízes, salientando, ainda, que segundo os dois examinadores podiam ambos ganhar – instrutor ou dono de escola e examinadores – já que os alunos podiam fazer exames com apenas dez aulas de condução, quando a lei obriga a 30.
Salientando que a PJ estava ali perto a ouvir a conversa, António Fontes disse ter perguntado aos dois examinadores –o que sucederia se um dado aluno que precisasse de “ajuda” fosse cair noutro examinador: “não se preocupe que os outros dois, o João Abreu e o João Ribeiro colaboram connosco”, sublinhou.
De seguida, um inspector da PJ confirmou a ‘acção encoberta’ o que levou os juristas de defesa a pedir a nulidade do processo, sustentando que a mesma foi ilegal.
O processo tem 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e um agente da GNR.