A vereadora da Cultura da Câmara de Braga, Lídia Dias, inaugurou esta quarta-feira, a exposição ‘Braga de Artur Pastor’, uma mostra fotográfica constituída por 84 fotografias da cidade, provenientes do Núcleo Fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa. Esta é a primeira vez que o espólio de Artur Pastor (1922-1999) é apresentado publicamente em Braga, cidade à qual devotou um particular interesse.
Parte do conjunto fotográfico que foi conseguindo ao longo da sua vida é composto por fotografias únicas de pessoas e locais da cidade que são dadas a conhecer através de dois pólos: na Casa dos Crivos e no Museu da Imagem. Na Casa dos Crivos está patente ‘A Alma e as Gentes’, enquanto o Museu da imagem acolherá ‘Os Lugares da Memória’.
Nesta transposição para o passado, o visitante é desafiado a viajar pela Braga de outros tempos e mergulhar no quotidiano da cidade do século passado.
A exposição está patente ao público até 17 de Setembro, podendo ser visitada na Casa dos Crivos, às segundas e sábados, das 09h30 às 12h30 e das 13h30 às 18h30, e de terça a sexta-feira, das 09h30 às 18h30; e no Museu da Imagem de terça a sexta, das 11h00 às 19h00 e sábado e domingo, das 14h30 às 18h30. A entrada é livre.
De referir que esta é uma iniciativa da autarquia, em parceria com o Núcleo Fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa, instituição à qual pertence o espólio do fotógrafo.
Artur Pastor
Artur Arsénio Bento Pastor, falecido há 17 anos, é um dos mais significativos nomes da fotografia do século XX em Portugal. Devotado funcionário da Direcção Geral dos Serviços Agrícolas, dedicou grande parte da sua vida a fotografar as gentes que trabalhavam os campos, bem como as suas técnicas de cultivo e as sementes que utilizavam no seu labor. Com a sua ‘rolleiflex’ percorreu quase todos os recantos de Portugal, legando aos vindouros uma exaustiva e significativa obra fotográfica.
Mas foi na cidade de Braga que Artur Pastor se apaixonou, não apenas pelos encantos que brotam dos seus edifícios históricos como também por Rosalina, uma professora primária natural de Braga que viria a tornar-se sua esposa em 1953.
Em Junho de 1955, participou no I Salão Nacional de Arte Fotográfica, realizado no Theatro Circo pelo Club de Cinema de Braga em parceria com a Câmara Municipal de Braga e a Comissão de Festas de São João. Antes disso, em 1953, participou no Salão de Arte Fotográfica promovido pela Confraria do Bom Jesus do Monte, no qual recebeu uma menção honrosa pelos trabalhos desenvolvidos no Posto Experimental de Montalegre.
É de assinalar ainda a sua colaboração com o Pelouro da Cultura da Câmara de Braga, liderado pelo vereador Sérgio da Silva Pinto, particularmente na edição do ‘Guia de Braga’, ocorrida em 1959, e que contou com a participação de Artur Pastor na fotografia. Foi na sequência desta encomenda que realizou uma exaustiva reportagem fotográfica da cidade, contando com uma parceria com a Casa Arcelino, que acabou por ser responsável pela impressão das fotos.
No seu espólio integram-se dois álbuns inteiramente dedicados a Braga, totalizando mais de seis centenas de fotografias.