A PJ do Porto pediu ao Tribunal de Braga o envio das peças do processo-crime em que os pais do empresário João Paulo Araújo Fernandes, de 41 anos, raptado a 11 de março, em Lamaçães, na garagem do prédio e na presença da filha de oito anos, acusavam três homens, dois sócios da firma Monahome e um advogado de Braga de os terem burlado.
A queixa foi arquivada pelo Ministério Público e não-pronunciada no Tribunal da Relação de Braga, mas – segundo fonte ligada ao processo – os investigadores ponderam a sua reabertura.
A PJ solicitou a queixa inicial do pai, Fernando Fernandes, os depoimentos dos filhos Miguel e Paulo, e os despachos de arquivamento. Vão, ainda, analisar as declarações dos contabilistas. Este, na noite do rapto, referiu-se publicamente ao advogado, dizendo que o tinha aconselhado a colocar os bens pessoais – no valor de dois milhões – numa firma-cofre a Monahome, do Porto. Nunca mais lhes teve acesso.
A família suspeita que o móbil do crime será o de silenciar o João Paulo Fernandes, dado este ser a principal testemunha da alegada fraude com os imóveis. O jurista nega, “a fantasia”, com veemência e lembra que o caso foi arquivado duas vezes. E ameaça com os tribunais por calúnia.
Ao DIAP, o raptado disse que um homem, conhecido como ‘bruxo da Areosa’ também lhe terá ficado com 700 mil.
Ao que o PressMinho soube, a PJ tem dito à família que não largou o caso e continua ativamente à procura do sequestrado, mas o certo é que, dois meses depois, nada se sabe do seu paradeiro.
Luís Moreira (CP 8078)